5 de novembro de 2023

Retrospetiva - Dia Mundial do Animal (MIBE)

 

CRASSA & ESPAB: juntos pelos animais selvagens

 Aprender a fazer a diferença

No dia 9 de Outubro, a ESPAB recebeu a visita da bióloga Carolina Nunes e da veterinária Andreia Gonçalves para apresentarem aos alunos o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André (CRASSA) e explicar qual a sua missão. Esta iniciativa teve como enquadramento o Dia Mundial do Animal (4 de outubro), data que a ESPAB, com a colaboração do CRASSA, pretendeu assinalar de forma diferente para sensibilizar os alunos para a diversidade das espécies selvagens na nossa área.

A palestra teve lugar na Biblioteca Escolar e contou com a participação de três turma, 8.ºB, 8.ºF e 10.ºA. 

Diferença entre animais domésticos e animais selvagens

A bióloga do CRASSA desafiou os alunos a apresentarem a sua opinião acerca da diferença entre animais domésticos e animais selvagens. Os alunos foram muito participativos e intervieram de forma muito positiva, apresentando, até, exemplos.

Com este desafio, a bióloga Carolina Nunes quis mostrar aos alunos que os animais selvagens são diferentes dos animais domésticos, mas que, por vários motivos, também adoecem, ficam feridos e precisam de cuidados médicos. Por vezes, esses animais podem ser feridos por outros animais de outras espécies, predadores, ou podem ficar feridos devido à ação, intencional ou não, do homem: atropelamento, colisão com veículos, envenenamento, caça. Estes animais devem ser tratados de forma diferente, num hospital próprio para as suas características.

Como agir se encontrar um animal ferido?

A bióloga Carolina Nunes elucidou os alunos acerca de como agir caso encontrem um animal selvagem ferido, a precisar de ajuda, informando que podem pedir a colaboração da G.N.R, através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA). Poderão, também, contactar o CRASSA ou dirigir-se às suas instalações. Neste ponto, a bióloga Carolina Nunes explicou aos alunos onde se localiza o CRASSA, quais os seus contactos e falou acerca da missão de todas as pessoas envolvidas nesta causa, uma equipa que conta também com a ajuda de alguns voluntários.

A veterinária Andreia Gonçalves mostrou, exemplificando, como se deve fazer a aproximação a um animal ferido e como o imobilizar para, depois, o levar para ser socorrido. Trouxe consigo uma caixa onde estaria, na expectativa dos alunos, um animal selvagem. Afinal, o exemplar era um pato de peluche. A veterinária explicou que os animais selvagens, fora do contexto do seu ambiente e habitat, ficam nervosos e até, por vezes, agressivos, motivo pelo qual não foi possível levar um animal para a atividade. Ainda assim, e mesmo com o pato de peluche, os alunos ficaram esclarecidos em relação à forma como devem, com recurso a uma toalha ou pano, segurar num animal selvagem e acomodá-lo numa caixa de transporte para, depois, serem levados para observação.

Os animais do CRASSA: regimes alimentares e especificidades

O CRASSA recebe vários animais, de espécies diferentes, mas os que mais frequentemente chegam ao Centro para serem tratados e reabilitados são aves, como por exemplo, gaivotas, cegonhas, águias, corujas, Bufo Real, Noitibó. De acordo com a bióloga Carolina Nunes, o CRASSA também acolhe ouriços-cacheiros, raposas, lebres e outras espécies.

Uma vez que o CRASSA acolhe animais de diferentes espécies, há a necessidade de adaptar a alimentação e a dieta dos animais às suas características.

A bióloga Carolina Nunes e a veterinária Andreia Gonçalves trouxeram consigo algumas amostras de comida para que os alunos, que estavam muito curiosos, pudessem ver alguns exemplos de alimentos que fazem parte do cardápio dos animais em recuperação. Até ficaram a saber que o ouriço-cacheiro se alimenta de frutas e insetos e que pode comer patê húmido para cão ou gato.

Para além de algumas amostras de alimentos, os alunos tiveram também oportunidade de ver exemplares de penas de algumas aves e observar o bico de uma cegonha.

Tratamento e estímulos de comportamento naturais

De acordo com a bióloga Carolina Nunes, quando os diferentes animais chegam ao CRASSA para serem assistidos, devem receber tratamento adequado à sua situação. Esse tratamento pode passar por administração de medicação, cirurgia, aplicação de talas e ligaduras, fisioterapia.

Enquanto os animais estão em recuperação é importante, esclareceu a bióloga, que estes se sintam como se estivessem no seu habitat natural. Nem sempre é fácil, mas a equipa do CRASSA tenta ao máximo recriar o habitat natural das diferentes espécies, de modo a que estas possam manter, dentro do possível, os mesmos comportamentos. Quando o CRASSA acolhe crias que ficaram órfãs, também é preciso todo um trabalho de reeducação de maneira a que elas desenvolvam os seus instintos básicos, aprendam a caçar, a procurar alimento e aprendam a se defender e proteger para que, quando forem devolvidas à natureza, consigam sobreviver.

Como ajudar os animais e como ajudar o CRASSA?

Para evitar que os animais fiquem feridos e a necessitar de assistência, há alguns comportamentos que o indivíduo pode adotar, como por exemplo: reciclar e não poluir, não utilizar pesticidas, conduzir com cuidado, plantar espécies autóctones para criar abrigo e alimento, organizar ações de limpeza de praias e outros habitats.

O CRASSA ajuda muitos animais ao nível dos tratamentos e reabilitação e, como tal, também o próprio centro precisa de ajuda para poder a continuar a sua missão. A bióloga Carolina Nunes explicou aos alunos como eles e toda a comunidade poderão ajudar o CRASSA: através de voluntariado, por exemplo. Todos juntos, conseguimos fazer mais pelos animais. Através de donativos, o CRASSA precisa de produtos de limpeza para manter o espaço limpo e desinfetado (sacos do lixo, rolo de cozinha, luvas descartáveis, spray desinfetante, lixívia) e de material hospitalar, como Betadine, compressas, ligaduras.

Também é possível ajudar através do apadrinhamento de um animal, contribuindo para seu processo de recuperação. Os padrinhos podem, depois, assistir e participar na devolução do animal à natureza.

A atividade desenvolvida na ESPAB em colaboração com o CRASSA foi interessante, proporcionando aos alunos mais conhecimentos em relação a como agir face a um animal selvagem ferido e sensibilizando-os para a importância do respeito pela biodiversidade e para o seu papel enquanto cidadãos conscientes e interventivos.

A Biblioteca Escolar, em parceria com outros grupos disciplinares e com toda a comunidade educativa, irá desenvolver mais iniciativas no enquadramento da preservação da vida selvagem, pois a ensinar e a consciencializar, estamos a ajudar.


Texto escrito pelos alunos do 8.ºB, sob orientação da docente de Português. 


 

                                       

            

                  



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