19 de dezembro de 2023

Um Filme, Uma Comunidade - resultados da votação

No seguimento da tertúlia  sobre livros que viraram filmes, selecionámos alguns  que gostaríamos de ver, numa sessão de cinema na biblioteca. Colocámos  à votação alguns desses filmes, bem como a data para a realização da  sessão. Os resultados foram os seguintes:

Filme: A Rapariga Selvagem, Olivia Newman (2016)
Data: 10 de janeiro de 2024.

Como não vai ser possível no dia 10, vamos realizar a sessão no dia 9, pelas 14h30. 





18 de dezembro de 2023

Um Livro, Uma Comunidade - tertúlia literária



No dia 22 de novembro, realizou-se mais uma tertúlia, a segunda deste ano letivo e a integrar o programa da Semana da Escola. 
O tema desta sessão recaiu incidiu naturalmente em torno do nosso patrono, mais concretamente sobre os poemas que incluem a obra Uma existência de papel.
Estiveram presentes 14 tertuliantes: dois alunos, dois funcionários, dez docentes. 
A conversa foi animada e motivadora com leituras diversas de poemas. Para alguns dos presentes foi a descoberta da sua poesia e para outros uma revisita à sua escrita.
Como já é habitual, finalizou-se a tertúlia com chá e bolinhos.
Para a tertúlia de Janeiro, vamos ler obras cujos temas incidam em viagens. 
 Será apresentada uma lista de sugestões de livros. 





Opinião

Uma Existência de Papel, de Al Berto


Todos os anos, neste mês, volto obrigatoriamente a Al Berto, o meu poeta.
Desta vez a escolha recaiu no livro Décimo Primeiro (1984/85) - Uma Existência de Papel.

É sempre com enorme prazer que o (re)leio. Mesmo tratando-se de uma releitura, descubro novas confissões, sinto novas e intensas emoções. Nunca permaneço indiferente e, por vezes, é-me mesmo doloroso reter, dos seus versos, a intensa solidão, a melancolia profunda e permanente e o silêncio desolador (“é no silêncio/que melhor ludibrio a morte”) que se revelam através da perda, da ausência e do medo.
Para Al Berto escrever é viver. É a folha de papel que lhe dá ânimo para existir.
“ então a vida abater-se-á sobre a folha de papel/ onde verso a verso/ me ilumino e me desgasto” (Meu único amigo - 6).

Há, neste livro, resquícios de uma existência fulminante, de excessos, de paixões, de transgressão, mas também de vazios lancinantes, de memórias de viagens, de vivências, de lugares, de partidas, da criança que foi.
“eis-me acordado/ com o pouco que me sobejou da juventude nas mãos/ estas fotografias onde cruzei os dias/ sem me deter/ e por detrás de cada máscara desperta/ a morte de quem partiu e se mantém vivo.”

Gostaria ainda de destacar, porque é também um dos meus poetas, a referência num poema, o penúltimo deste livro, a um dos seus “fantasmas literários”. Rimbaud é um dos seus modelos estruturadores, por excelência. Este poema é um auto-retrato de Al Berto com alusões metonímicas a Rimbaud (Alexandria, Harrar) e com a indicação dos trinta e sete anos de idade – a idade do poeta francês quando morreu – revela um propósito de identificação com o seu destino. A biografia de Rimbaud confunde-se com a de Al Berto.

“embebedavas-te
(…)
escuta
a partir de hoje abandono-te para sempre
ao silêncio de quem escreve versos
em Portugal
tens trinta e sete anos como Rimbaud
Talvez seja tempo de começares a morrer!

Assim, pode-se aferir, após a leitura deste décimo primeiro livro, que a vida de Al Berto parece conter-se a uma existência de papel na medida em que se regista a necessidade urgente de condensar sensações, vivências, memórias e imagens através da escrita. Pelo que o espaço privilegiado em que o “eu” se estabelece é o “papel”
“mais nada se move em cima do papel/ nenhum olho de tinta iridescente pressagia/ o destino deste corpo” (Eremitério – 5)


Graciosa Reis 



11 de dezembro de 2023

Resgatar coragem - Dia Internacional do Voluntariado - Direitos Humanos



O Dia Internacional do Voluntariado assinala-se a 5 de dezembro e a equipa da BE concretizou algumas atividades neste âmbito, em articulação com as disciplinas de Português e CD do 7.º ano, bem como com os alunos com medidas adicionais.

A nossa escola convidou o voluntário/bombeiro Cláudio Duarte, que se fez acompanhar do seu cão, Lobo. O convidado fez uma explicação bastante completa e clara, explorando as experiências que já viveu em situações de catástrofe natural ou guerra (Direitos Humanos). Recordou a sua participação aquando do sismo na Turquia, o cenário de guerra e devastação que encontrou e a vida que podia ter perdido.

Verdadeiros Heróis são, sem dúvida, os cães pisteiros, sem eles, os meios humanos e técnicos de muito pouco serviriam para resgatar vidas humanas.

Todos ficámos encantados (especialmente os alunos) com o Lobo, com a sua beleza, inteligência e postura. O Cláudio contou à plateia como é a rotina, o tratamento, os gastos e os treinos dos seus animais (para além do Lobo, ainda possui o Ghost).
Na segunda parte da atividade, dirigimo-nos todos para o recinto exterior da escola, para nos deliciarmos com a perícia do Lobo em detetar odor humano (houve muitos voluntários entre os nossos alunos).

Como balanço final, foi uma atividade muito interessante, enriquecedora e divertida. Os alunos estiveram sempre atentos, curiosos e colocaram questões.

Um bem haja ao Cláudio pela disponibilidade e simpatia, pelo trabalho que desenvolve com os seus cães em prol da sociedade. 










 



 

    







7 de dezembro de 2023

O melhor Slogan


No âmbito do Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE), todas as turmas do 7.º ano realizaram a atividade “Conhecer a BE”.
Em grupo, os alunos de cada turma pesquisaram, leram, perguntaram, conviveram no espaço da BE, novo, para a maioria. Registaram, depois, no “BiblioPaper” as informações recolhidas.

A última proposta era a criação de um Slogan original e criativo sobre a Biblioteca e a Leitura. Posteriormente, foram selecionados os melhores, que estiveram em votação na BE. Foram apurados os três melhores provérbios e respetivas turmas.

Como balanço final, a equipa da BE considera que a atividade foi positiva, pois cumpriu vários objetivos: contacto com o espaço da BE e motivação para a leitura, desenvolvimento da pesquisa, da escrita e da criatividade.











6 de dezembro de 2023

Feira do Livro


À semelhança de  anos anteriores, com exceção dos anos de pandemia, a biblioteca escolar promoveu mais uma edição da Feira do Livro, tendo para isso contado com o apoio da Leya. 

A equipa da biblioteca vem agradecer a participação dos alunos, professores, funcionários, encarregados de educação e outros visitantes.






5 de dezembro de 2023

PONTO DE RECOLHA - CRASSA


No seguimento da palestra ministrada na escola pela bióloga Carolina Nunes, responsável pelo CRASSA, decidimos criar na ESPAB um PONTO DE RECOLHA.  

U
m grupo de alunos (8.º B e F) elaborou o cartaz para divulgar de que forma a comunidade educativa pode colaborar com o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André.

Com esta iniciativa, que se manterá ao longo do ano, pretendemos recolher donativos  de produtos de limpeza para manter o espaço limpo e desinfetado (sacos do lixo, detergente de loiça, rolo de cozinha, luvas descartáveis, spray desinfetante, lixívia) e de material hospitalar (Betadine, compressas, ligaduras, soro fisiológico e água destilada).

De forma a envolver todas as turmas, vamos realizar uma escala. Assim, cada ano entregará os seus donativos num mês definido e afixado no cartaz. Começámos por atribuir o mês de dezembro às turmas do 8.º ano. 

Apelamos à vossa participação. 
Deixem os vossos donativos na caixa que se encontra no átrio da ESPAB junto à reprografia.




3 de dezembro de 2023

Resgatar Coragem !


Dia Internacional da Pessoa com Deficiência | 3 Dezembro
Dia Internacional do Voluntariado | 5 Dezembro
Dia Internacional dos Direitos Humanos | 10 Dezembro

3 datas importantes que vão ser assinaladas na ESPAB. A biblioteca escolar em articulação com as disciplinas de Português e Cidadania e Desenvolvimento vai desenvolver algumas atividades com os alunos do 7.º ano e de Educação Especial.
No dia 5 contaremos com a presença de Cláudio Duarte, bombeiro e voluntário, que acompanhado do seu cão, Lobo, nos falará da sua experiência.


   


22 de novembro de 2023

Um Filme, Uma Comunidade - Votação



No seguimento, da tertúlia literária sob o tema “Livros que viraram filmes”, vamos realizar uma sessão de cinema, na biblioteca escolar.


Aceda ao link do formulário e escolha o filme e a data.

https://forms.gle/s1dxWA4HFLaFJfB59




15 de novembro de 2023

Olhares sobre Al Berto - Escrita criativa

 

Um Livro, Uma Comunidade - Olhares sobre Al Berto

Aproxima-se a segunda Tertúlia literária deste ano letivo. Para esta sessão, a realizar no dia 22 de novembro, o autor selecionado é o nosso patrono.
Este ano, escolhemos para leitura/conversa a sua obra: Uma existência de papel (in O Medo).

Propomos, neste ano, com caráter voluntário, aliar a tertúlia (a nossa leitura) à escrita criativa. Para quem queira participar neste desafio, as explicações serão apresentadas numa publicação posterior - Olhares sobre Al Berto - escrita criativa

Durante a tertúlia, haverá conversa sobre Al Berto, leitura de alguns poemas, leitura de algumas cartas (desafio), sugestão de novas leituras.

Contamos com a vossa participação!



Feira do Livro


No dia 20, iniciamos a Semana da Escola com uma Feira do Livro que decorrerá até ao dia 30. Venham visitar-nos. O convite é alargado a toda a comunidade educativa. 



14 de novembro de 2023

Olhares sobre Al Berto

Aproxima-se mais uma edição de Olhares sobre Al Berto.

No dia 20 damos início às atividades que integram a Semana da Escola e por inerência a celebração do Dia do Patrono, a 23 de novembro.

Iniciamos a semana com uma Feira do Livro que decorrerá até ao dia 30. Venham visitar-nos. O convite é alargado a toda a comunidade educativa

Convidamos-vos, também, para que no dia 23 participem na atividade "Leitura em voz alta", nas salas de aula, de 1 ou 2 poemas do livro "Uma existência de papel". Podem projetar o(s) poema(s) e pedir a um ou vários alunos que o(s) leiam.
A quem aceitar a proposta, solicitamos que nos enviem uma foto para integrar a retrospetiva da atividade.

"Uma existência de papel" é o livro que está a ser lido para a tertúlia que se realizará no dia 22 às 14h30, na biblioteca escolar.

Finalmente, aos colegas de português, sugerimos, ainda, uma tarefa de escrita criativa a realizar, se assim o entenderem, durante a semana.





13 de novembro de 2023

Conhecer a BE - Resultados (MIBE)



Ao longo de duas semanas, as turmas do 7.º ano participaram na atividade - Conhecer a BE - proposta pela biblioteca escolar, no âmbito do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE).Para conhecerem um pouco melhor o funcionamento e o espaço biblioteca, os alunos tinham como tarefa responder a um questionário.
A  todos os alunos participantes, muitos parabéns pela participação e entusiasmo demonstrados. 


Os vencedores, por turma, foram os seguintes:

7.º A - grupo constituído por Artur Qiu, Diogo Silva, Cristhyan Baptista e Aleksandr Paulyukun - 81 pontos

7.º B - grupo constituído por Constança Matos, Benedita Colaço, Leonor Gomes e Luana Santos - 90 pontos

7.º C - grupo constituído por Elisa Zhou, Soraia Cordeiro, Laura Figueiredo e Rita Frade - 88 pontos

7.º D - grupo constituído por Maria Eduarda Costa, Bárbara Veríssimo, Mohamed Abdelli e Paulo Santos - 90 pontos

7.º E - grupo constituído por Sara Santos, Stephany Soares, Maria Rita Mira e Beatriz Martins - 70 pontos


7.º F - grupo constituído por Rafael Oliveira, Francisco Cruz e Bryan Dias - 60 pontos


Todos estes alunos receberam um miminho como recompensa. 




Conhecer a BE (MIBE)



No âmbito do Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE) e para assinalar o Dia da Biblioteca Escolar (23 de outubro), as seis turmas do 7.º ano, dirigiram-se à biblioteca escolar acompanhadas pelas docentes de Cidadania e Desenvolvimento, em sessões individuais para realizarem um jogo, do género "caça à informação": Bibliotablet - Conhecer a BE.
Os alunos, em pequenos grupos, responderam a um questionário sobre o funcionamento da BE, o espaço, a equipa, e ainda sobre livros (sugestões, novidades), filmes, autores, jornais, personalidades...
Foi um momento divertido e de descoberta e de competição.


       

       

      

        



12 de novembro de 2023

Retrospetiva (MIBE) - Apresentação de 𝐒ú𝐛𝐢𝐭𝐨

No dia 17 de outubro, na biblioteca escolar, jorraram PALAVRAS. Palavra?
Umas ditas, outras lidas. Palavras amigas, sentidas, trocadas, saboreadas, poéticas pela voz doce e encantadora de Ana Zorrinho.
Quatro turmas assistiram à apresentação de Súbito, o seu último livro de poesia. Durante a sessão, as suas palavras ecoaram e cativaram os presentes e delas, das ditas, tiraram ensinamentos, das lidas, enlevo!  De todas, algumas ideias para futuros trabalhos de arte! 
Bem haja Ana Zorrinho pelo sorriso, pela disponibilidade e pelas PALAVRAS.


____________súbito


Viajámos
Em súbito ímpeto de amar
Escalada sem (h)a ver chão
Num único fôlego
Súbito
Ímpeto
Um

a querer outro
Os dois
Sós
A quererem(-se)?
Não estar
Só...
E foi só
Queda
Súbito...Ímpeto.





 







11 de novembro de 2023

Retrospetiva - Um livro, uma comunidade (MIBE)



No dia 25 de outubro, realizou-se mais uma tertúlia, a primeira deste ano letivo e a integrar o programa do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE).
O tema desta sessão recaiu sobre romances  que viraram filmes (adaptações). Estiveram presentes 22 tertuliantes: oito alunos, dois funcionários, dez docentes, uma psicóloga e uma ex-professora. Como foram lidos livros diferentes (ver apresentação abaixo) a conversa foi muito e animada e motivadora para novas leituras  e  para os novos "tertuliantes" as opiniões e as "leituras" apresentadas tornaram-se  muito positivas na medida em que descobriram novos autores. Como já é habitual, finalizou-se a tertúlia com chá e bolinhos.

Para a tertúlia de novembro, a realizar na Semana da Escola, vamos ler, como habitualmente, um livro do patrono, ficou decidido que seria Uma Existência de Papel.



Livros lidos e apresentados 





Opinião

O Sentido do Fim, de Julian Barnes

Eram muitas as expectativas, pois foi-me recomendado por gente que aprecia bons livros. Não desiludiu. Pelo contrário, 𝑶 𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒅𝒐 𝒅𝒐 𝑭𝒊𝒎 deixou marcas e vontade de ler outros. Já tinha lido 𝑶 𝑷𝒂𝒑𝒂𝒈𝒂𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑭𝒍𝒂𝒖𝒃𝒆𝒓𝒕, também muito bom, mas este supera-o pelas reflexões que incute e no vazio que deixa no leitor.

O protagonista, Tony Webster, já aposentado, recebe uma missiva que, ao lê-la, vai desencadear um rememorar de todo o seu passado. O tempo da sua juventude com colegas, amigos e namoradas; o casamento, o divórcio,… É o balanço de toda uma vida e que no final não se revela nada positivo.
O teor da carta vai revelar-se surpreendente e enigmático. À medida que vai desvendando o mistério da carta e que não vou revelar, as memórias adensam-se e percebe que cometeu erros que já não consegue nem poderá emendar.
“Se já não posso ter a certeza dos factos reais, posso ao menos ser fiel às impressões que esses factos deixaram. É o melhor que consigo fazer.” (p. 12)

É na condução da apresentação das situações e da reflexão que cada uma espoleta no protagonista, que Julian Barnes, é exímio.
Escrito na primeira pessoa, e com recurso a uma analepse de mais de 40 anos, esta narrativa prende e inquieta o leitor desde o início. A escrita, sublime, sensível e profunda, que tão bem patenteia o estado de espírito e o pensamento do protagonista, vai impor-se ao leitor que a lê avidamente numa ânsia pela descoberta do final como para libertar o protagonista da agitação e da dúvida que o consomem.

Barnes dá-nos uma lição brutal sobre a importância do tempo que tece falhas na memória à medida que o homem envelhece. Na narrativa, ele desenvolve o tema da morte, foca-se nas circunstâncias e naquilo que ficou na memória do protagonista, para o (nos) levar a concluir que a “vida não é só adição e subtração. Também há acumulação, multiplicação da perda, do fracasso” (p. 108) e remorso.

Recomendo vivamente a leitura deste livro. Para convencer os ainda renitentes transcrevo um excerto, que considero sublime, e que sintetiza o entendimento de Barnes sobre a irreversibilidade do tempo ao longo da vida: “Vivemos no tempo – ele contém-nos e molda-nos – mas nunca senti que o compreendesse muito bem. E não me refiro a teorias sobre o modo como cede, recua e dá meia volta, ou poderá existir algures em versões paralelas. Não, falo do tempo comum, quotidiano, que os relógios de pulso e de parede nos garantem passar regularmente. Existe algo mais plausível do que um ponteiro de segundos? E todavia basta a menor dor ou prazer para nos ensinar a maleabilidade do tempo. Há emoções que o aceleram, há outras que o abrandam. Às vezes parece desaparecer – até ao ponto em que desaparece mesmo, para nunca mais voltar. (p. 12)


Graciosa Reis