Biblioteca da Escola Secundária Poeta Al Berto
Divulgação e partilha de atividades, eventos, leituras, projetos, escrita criativa, novas aquisições para o fundo documental, ligações a sítios na web, artigos de interesse, ...
21 de setembro de 2023
13 de junho de 2023
Hoje é dia de recordar Al Berto
tentas perpetuar a forma dos dos brinquedos acesos
por um misterioso cordel de poeira luminosa
sabes como é falso o tempo das imagens
dos gestos inacabados que te evocam o rosto
perdido no confuso sémen dos sonhos
e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia
Al Berto, in o livro dos regressos
4 de junho de 2023
Balanço de uma professora bibliotecária sobre a 16.ª edição do CNL
Quem me conhece pessoal e profissionalmente e quem me acompanha nas redes sociais sabe que sou uma entusiasta da promoção da leitura. Leio com prazer, partilho e publico leituras e opiniões, sugiro autores e livros, promovo tertúlias, atividades de leitura, convido autores, participo em clubes de leitura, envolvo os alunos a participar em concursos de leitura. Por tudo isto, não posso calar o que senti e o que presenciei na fase final desta edição do Concurso Nacional de leitura (CNL)!
Comecemos pelo início, já que se trata de um balanço.
O CNL promovido pelo Plano Nacional de Leitura (PNL) desenvolve-se em várias fases: escolar, municipal, intermunicipal e nacional. Os professores bibliotecários em articulação com os professores titulares e/ou professores de português empenham-se, ao longo do ano, em motivar, apoiar e envolver os alunos na leitura, para não falar de toda a burocracia inerente ao evento. Todos nos envolvemos com agrado e sentimos orgulho cada vez que um dos nossos alunos lê publicamente e, ainda mais, quando passa à fase seguinte. Vivemos e partilhamos emoções fortes! Nunca nos consideramos derrotados. Participar é sempre uma conquista!
Em relação às três primeiras fases, não me vou alongar, até porque já me pronunciei sobre uma delas, quero apenas referir e destacar que nestas fases houve festa da Leitura!
Não concordando eu, e é uma opinião muito pessoal, que a prova escrita seja critério de eliminação, o que aconteceu na fase intermunicipal, consigo compreender e aceitar este critério, uma vez que os alunos apurados para esta fase realizaram a prova em circunstâncias de equidade, ou seja, estiveram todos numa sala a resolver a prova, entregues a si próprios, na presença de vigilantes imparciais.
Quanto à prova nacional, a que me leva a fazer este longo balanço, é constituída por três provas: a prova escrita, a prova de vídeo e a prova de palco e destina-se aos alunos apurados na fase intermunicipal.
A prova escrita, tal como na fase intermunicipal, foi de pré-seleção, isto é, eliminatória. No dia 15 de maio, às 14h00 as alunas envolvidas realizaram a dita prova, em linha, na presença da professora bibliotecária (eu, no caso). E é aqui que começa a minha contestação. Não considero que a prova tenha sido realizada em linha, mas sim no digital. As alunas acederam à prova no GoogleForms, preencheram os dados, redigiram o texto solicitado e submeteram. As alunas , sob a minha vigilância, redigiram de forma autónoma e responsável o texto solicitado, mas será que foi assim em todas as escolas? Como se pode garantir a equidade? Como se pode garantir que os textos foram mesmo redigidos pelos alunos? A dúvida subsistirá sempre na minha mente, sobretudo depois de ter assistido à final, em Torres Vedras.
A prova de vídeo foi uma desilusão. A votação em linha, no Youtube, dos vídeos selecionados tornou a iniciativa num logro. Mas, provavelmente, que o problema está em mim e na minha escola que não soube votar na sua candidata. Contudo, nada me impede de questionar a seriedade da votação.
Finalmente, chegou o dia da tão desejada prova de palco. Todos os alunos finalistas (do primeiro ciclo ao ensino secundário), professores bibliotecários e pais se dirigiram ao local dos sonhos! Todos os alunos presentes ambicionavam subir ao palco e ler, celebrar a leitura!
Ciclo a ciclo, José Carlos Malato, o apresentador, chama os alunos apurados. Aqueles que foram apurados a partir da tal prova escrita realizada em condições muito sui generis.
Foi uma desilusão. Certamente que há melhores alunos leitores nas nossas escolas!
Na minha opinião, o que deveria ser uma Festa da LEITURA, tornou-se, nesta edição, numa Feira de enganos! Tanta desilusão! Tanto desconforto! Tanta desorganização! (não quero debruçar-me sobre a (des)organização do evento local, porque tornaria este texto ainda mais longo).
Até o senhor Presidente da República preferiu marcar presença na Feira da Agricultura em detrimento da Festa da Leitura. Sabe-se lá porquê!
Não podemos esquecer que estamos a formar crianças e jovens, a transmitir valores, a promover e a desenvolver hábitos de leitura! Assaltaram-me muitas dúvidas que gostaria de não ter nas próximas edições.
Para terminar, e porque pretendo realçar a importância da Leitura, quero destacar o envolvimento e o empenho dos nossos alunos ao longo das diversas fases, mas, em especial, das alunas presentes na fase final, a Margarida e a Sara. Foi um percurso longo, que lhes facultou aprendizagens de vária ordem, boas e más. Não subiram ao palco, mas garanto que desenvolveram um trabalho honesto e sério. Foram elas que escreveram o texto da prova escrita. Foram elas que escolheram o livro, prepararam a apresentação e realizaram o vídeo. Foram elas, ainda, que selecionaram a obra e redigiram a argumentação para a prova de palco. Uma escolheu um poema de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa e a outra, um poema de Al Berto. As professoras apenas orientaram e deram sugestões de melhoria. Garanto-vos que não contribuíram para a feira de enganos! E garanto-vos, também, que são ambas excelentes leitoras!
Assim, Margarida e Sara dou-vos os Parabéns! Continuem a alimentar os vossos sonhos! Permaneçam fiéis às vossas convicções. Leiam, sejam curiosas e críticas! Para mim, sois as grandes vencedoras deste concurso.
Graciosa Reis, professora bibliotecária
1 de junho de 2023
Encontro com o escritor João Pinto Coelho
No dia 26 de maio, alunos, professores e assistentes encheram a biblioteca escolar para ouvirem e conversarem com o nosso convidado, o escritor João Pinto Coelho.
Joaquim Gonçalves, o livreiro de A das Artes, que inspirou o autor na criação da personagem Yankel, o livreiro de Os Loucos da Rua Mazur, abriu a sessão. O Joaquim foi um dos primeiros leitores a acreditar na potencialidade da escrita do João Pinto Coelho, tendo-o convidado para promover e falar dos seus livros na sua livraria.
Foram cerca de duas horas de conversa. O João como excelente comunicador, deu-nos a todos uma verdadeira aula de História. Foi enriquecedor e emotivo o relato do seu percurso de investigação sobre o Holocausto, sobre a universalidade do mal, ou como referiu Hannah Arendt, sobre a banalidade do mal. Foi este conhecimento apurado dos factos que lhe permitiu escrever de forma sublime, na minha opinião, os seus três primeiros livros que abordam esta temática.
Ficamos também a saber que o seu quarto livro, Mãe doce mar, não segue este tema e é um misto de autobiográfico e ficção.
Após a conversa, houve autógrafos e algumas fotografias.
Agradecemos ao João Pinto Coelho a sua simpatia e disponibilidade. As opiniões foram muito positivas e conquistou mais alguns leitores.
23 de maio de 2023
22 de maio de 2023
Aquilino Ribeiro - Celebração dos 60 Anos da sua morte
No passado dia 20 de abril, pelas 10:30H, inserido nas comemorações dos 60 anos da morte do escritor Aquilino Ribeiro, a Biblioteca da Escola Secundária Poeta Al Berto promoveu uma conversa sobre o romancista e contou com a presença do neto, Aquilino Machado, e da investigadora e coordenadora das comemorações, professora Celina Arroz.
A atividade foi dirigida aos alunos de Línguas e Humanidades do 12.º ano e contou, ainda com a participação de duas alunas do 10.º C que compuseram o texto que a seguir publicamos.
Aquilino Ribeiro
Celebração dos 60 Anos da sua morte
Aquilino Gomes Ribeiro, (13 de setembro de 1885, Sernancelhe, Viseu - 27 de maio de 1963, Lisboa), nascido da união entre um padre e uma camponesa, sendo o último dos quatro filhos do casal, revelou-se uma grande presença na literatura portuguesa.
O seu neto, Doutor Aquilino Machado, fala sobre o seu avô na biblioteca da Escola Secundária Poeta Al Berto em prol da celebração dos 60 anos da sua morte.
Aquilino Ribeiro é natural de uma terra humilde, descrita pelo seu neto como “paisagem pobre”, na Beira Alta, onde vivia num seio familiar onde existia uma mãe analfabeta, o que é curioso já que Aquilino tinha “uma cultura muito vasta mas estava com aqueles com quem cresceu e viveu”. Aquilino Machado descreve o seu avô como “um beirão com personalidade muito forte [...] tinha uma prosa fascinante, era fácil de ler, com uma personalidade muito marcada, era um homem do povo” e refere que sente “o peso de ser neto de um escritor com grande relevância”.
Com 18/19 anos, Aquilino vai para Lisboa onde procura lutar pelos valores da República, segundo o seu neto, "sendo um homem do campo, queria aprender mais e defender valores democráticos”. Aquilino Machado refere que o seu avô era um homem com grande cultura, que falava várias línguas, como, francês, espanhol e italiano, sabendo ainda ler latim.
Apesar de ser filho de um padre e ter tido uma educação católica, Aquilino Ribeiro nunca batizou os seus filhos, o seu neto diz ainda: “Tem uma escrita franciscana, dava-se bem com a Igreja apesar de ter lutado contra ela”.
Em épocas de Estado Novo, em Paris, Aquilino conhece a sua primeira mulher, uma alemã, aluna de uma universidade parisiense, e com ela tem um filho, Aníbal Aquilino Ribeiro. Dá-se a Primeira Guerra Mundial e a sua mulher acaba por falecer num movimento antiestado novo; pouco tempo depois Aquilino conhece e casa com a sua segunda mulher, avó de Aquilino Machado. No final dos anos trinta até aos anos cinquenta, Aquilino encontra estabilidade e escreve de forma corrente, Aquilino Machado refere a liberdade que, para seu avô, era apenas encontrada na escrita (“Sofre por escrever e ser sempre livre, era através da escrita que o meu avô era livre.”). A sua escrita, na época, é descrita pelo seu neto como “escrita que fica para sempre, há uma dimensão cívica, muito interessante”.
A escrita de Aquilino é retratada como “difícil” pelo seu neto, este refere ainda que descobriu a escrita do seu avô tarde e conheceu-o através da sua avó (“Conheci o meu avô através da oralidade da minha avó, algo que me facilitou a entrada no unir do Aquilino”). Como Aquilino viveu nos séculos XIX e XX, onde os tempos eram outros, Aquilino Machado diz: “O Aquilino narra um mundo que já desapareceu [...] fala sobre um mundo que já não é o nosso, não só as palavras, mas também a paisagem [...], é um autor que fala sobre a ruralidade, o campo, retrata a vivência de um homem do campo”.
Apesar de hoje já não existir tanto destaque para o incrível escritor que foi Aquilino, as suas obras chegaram mesmo a fazer parte do programa escolar de português (O Romance da Raposa), apenas reforçando a importância da sua obra. Alguns dos livros que foram destacados na conversa com o seu neto foram “Cinco réis de gente”, que representa a infância do autor, seguido pela obra Uma luz ao longe, que nos fala sobre o período que passou no Colégio da Lapa, no seminário. As suas opiniões políticas e os movimentos que defendia contra o Estado Novo, pois o próprio se assumia como republicano, tornaram-se mais evidentes após o lançamento do seu livro “Quando os lobos uivam”, que nos conta a história de um grupo de agricultores que se revolta exatamente contra o Estado Novo. Este livro, à semelhança de outros do autor, foi proibido pela Censura, e Aquilino acabou por ter de ir a tribunal.
Aquilino Machado, destaca, no entanto, uma das obras do seu avô, que este considera “uma obra-prima”, A Casa Grande de Romarigães, um dos livros mais impactantes da literatura portuguesa do século XX, e um dos romances históricos mais notáveis da Europa.
A vida de Aquilino ficou marcada pelas suas fortes opiniões da sociedade portuguesa e do seu governo na altura, e atrás não ficam as suas obras, um tanto ou mais marcantes quanto as suas posições políticas. É um autor intemporal que merece de facto ser celebrado, e nunca deixado cair no esquecimento.
Carolina Silvestre
Sara Moreira
19 de maio de 2023
16 de maio de 2023
8 de maio de 2023
3 de maio de 2023
1/5 filmes na biblioteca
De 3 a 10 de maio vai decorrer na biblioteca um ciclo/apresentação de filmes, sem som, selecionados a partir de movimentos/correntes artísticas contemporâneas.
25 de abril de 2023
24 de abril de 2023
Concurso Nacional de Leitura - fase intermunicipal - Alcácer do Sal
No dia 21 de abril aconteceu mais um dia de Festa da Leitura e foi, sobretudo, um dia de emoções!
Pelas 8h00, a comitiva das escolas de Sines composta por 16 alunos, do 3.º ao 11.º anos, três professoras bibliotecárias e uma bibliotecária municipal rumou em direção a Alcácer do Sal numa carrinha gentilmente cedida pela Câmara Municipal de Sines.
A viagem correu bem e no Auditório, local de realização de sonhos, dirigimo-nos à receção para cumprir as formalidades necessárias e aí aguardámos ansiosamente o início das atividades, ou seja, a tão amaldiçoada prova escrita que teria carater eliminatório.
Até aqui, todos os sonhos permaneciam vivos e realizáveis!
Mas, eis que surge o momento da chamada ... 1.º ciclo, 2.º ciclo, 3.º ciclo, secundário... Entram todos e as portas fecham-se...
Alunos, lá dentro! Ansiosos, nervosos, uns mais que outros... Cá fora, as professoras! Também ansiosas, também nervosas...
Trinta minutos volvidos, abrem-se as portas (as mesmas) e vemos sorrisos, olhos brilhantes, mas não em todos... rapidamente, percebemos que o nervosismo tomou conta da caneta de alguns e desviou a cruz (X) para a opção errada, neles o sorriso estava ausente ou forçado e os olhos espelhavam tristeza. Então, os mais fortes tratam de confortar os mais fragilizados, os mais inseguros e, todos, acalentamos, de novo, a esperança!
De seguida, não havendo proposta de animação pela organização, decidimos ir ver o rio. Juntos, unidos, confiantes partimos à descoberta de Alcácer...
E é, neste momento, que o improvável, ou talvez não, acontece! Os alunos mais velhos acarinham e cuidam dos mais novos, dão as mãos, caminham lado a lado, conversam, brincam juntos... É bonito! Tão bonito! As professoras sentem orgulho no grupo criado em torno da leitura.
Meio-dia, é tempo de alimentar o corpo para dar força à alma e repor energias para a etapa mais apetecida - a subida ao palco.
Na escola Básica Pedro Nunes somos bem recebidos, almoçamos tranquilamente e regressamos au auditório. Aí, enquanto esperamos, há quem leia os textos mais uma, duas,... as vezes necessárias, quem treine a entoação, ... quem ocupe o tempo com o telemóvel, quem converse animadamente...
14h30! Hora de decisões! "Será que serei um dos cinco apurados, por ciclo, para subir ao palco para prestar as provais orais?" Esta é a pergunta que cada um se coloca quando passa pelas portas e se dirige ao lugar na plateia.
Aguardamos, sentados, desta vez confortavelmente, mas uns mais animados que outros...
O animador dá início às atividades e começa a chamar os cinco apurados do 1.º ciclo. E o grupo entra em euforia, Sines está presente quer neste ciclo quer em todos os restantes! Não falhamos nenhum. Temos representantes nos 4 ciclos. O grupo aplaude antes, na subida ao palco, depois de cada atuação (leitura e argumentação).
Como o tempo voa... Já está! Agora, é tempo do jurado deliberar e do animador de serviço, o "pior" contador de histórias, o argentino Rodolfo Castro, animar o público e tentar aliviar a ansiedade dos que aguardam o veredito.
Eu mantive-me confiante, senti, de imediato, que a Margarida e a Sara iam subir ao palco para receberem o tão desejado certificado que as colocaria na final. Foram maravilhosas. Leram exemplarmente com emoção e argumentaram calma e sabiamente. Quando assim acontece, a vitória é certa!
Chega, finalmente, o momento tão sonhado! Rodolfo começa pelo secundário e chama os dois candidatos apurados: Sara Moreira, obviamente, era um dos nomes; continua a chamada do 3.º ciclo e lá vai a nossa Margarida Carreira! Fabuloso! A ESPAB ficou muitíssimo bem representada. Parabéns! Sois brilhantes! tenho orgulho em vós!
Segue o 2.º ciclo, Sines continua em grande. Os dois lugares são preenchidos pela Matilde e pela Núria, ambas do Agrupamento de escolas. Foi o delírio! O grupo eufórico, aplaude e sorri... Dos oito candidatos apurados para a final, nesta fase intermunicipal, a tão desejada final, Sines apurou quatro.
Parabéns! Desta vez foram só meninas.
Obrigada, Vasco, Beatriz, Fábio e Rita por terem tão bem representado a nossa escola. Nem todos podem vencer, já o sabíamos, mas chegar até aqui é muito bom e ser leitor é ainda melhor! Vamos apoiar as nossas meninas a brilhar na final! Conto convosco!
Sou igualmente grata aos alunos participantes do Agrupamento de Escolas de Sines que se uniram e aplaudiram os alunos da nossa escola; às professoras de português que aceitaram entrar nesta aventura; à direção da escola que nos apoiou em tudo; aos membros do júri, nas diferentes fases do concurso (é o trabalho mais inglório); à equipa do Centro de Artes e da Biblioteca Municipal; à Câmara Municipal de Sines; à nossa coordenadora das bibliotecas escolares, Lucinda Simões, sempre presente, sempre disponível; às minhas companheiras de luta, as professoras bibliotecárias e claro à minha equipa fantástica. Sem elas não teria levado esta iniciativa a bom porto. Não me levem a mal, mas vou citar os seus nomes: Cristina Vilhena, Noélia Carrasquinho, Cláudia Pedrosa, Quitéria Gaspar Gaspar e @Alexandra Baião.
Agora, rumo à final! Contamos convosco para a nova e última fase.
Daremos notícias.
A professora bibliotecária, Graciosa Reis
17 de abril de 2023
Um Livro, Uma Comunidade - Tertúlia
No dia 29 de março, realizou-se a quarta tertúlia do ano letivo, tendo a conversa e a partilha de leituras incidindo sobre as obras do escritor João Pinto Coelho, uma vez que contaremos com a sua presença no dia 26 de maio. Facultaremos mais informação em tempo útil.
Contudo, esta tertúlia saiu um pouco fora da norma, uma vez que havendo duas "tertuliantes" que festejavam o seu aniversário, fomos surpreendidos pela voz suave e incomparável da Ana Zorrinho que leu dois poemas: um de António Gedeão e outro da Natália Correia. Foi um momento emocionante.
Estiveram presentes quatro alunos, uma encarregada de educação, uma assistente operacional, nove docentes, uma técnica especializada, uma psicóloga, uma ex-aluna e uma ex-professora.
A conversa foi animada e motivadora porque quantos mais leitores, mais diversas são as partilhas e enriquecedoras porque todas diferentes. Para alguns dos presentes foi a descoberta do autor para outros foi o reanimar a memória de livros lidos anteriormente.
Finalizou-se a tertúlia com chá e dois deliciosos bolos e como também é habitual, para este momento surgem sempre mais uns pretensos "tertuliantes".
Para a tertúlia de maio, vamos ler romances históricos. A equipa apresentará algumas sugestões.
Mãe, Doce Mar, de João Pinto Coelho
João Pinto Coelho é cada vez mais um dos meus autores de eleição. Já me (nos) habitou a romances fortes, emotivos, marcantes e com finais surpreendentes, pelo que peguei neste livro com uma enorme expectativa porque era o seu novo livro que aguardava com ansiedade e porque já havia ecos muito positivos e que anunciavam novidades, mudança de tema. Mais curiosa e expectante fiquei quando o ouvi no Café com Letras.
Em Mãe, Doce Mar, o autor transporta-nos para o seu mundo, para o seu íntimo. E percebemos, de imediato, logo na primeira frase, que não ficaremos indiferentes à nova narrativa de JPC.
“Tinha doze anos quando conheci a minha mãe – esta frase dá para tudo, até para abrir um romance.
E, no meu caso, é verdade.”
E, assim, com um aperto no coração partimos à descoberta de Noah, de Frank e de Patience. A cada uma destas personagens, o autor dedicou capítulos próprios, que nos revelam, na primeira pessoa, flashes importantes das suas vidas e que, apenas, no final encaixam de forma surpreendente e fascinante.
O autor é exímio na construção do seu enredo, quando pensamos que nos vai revelar algo, ei-lo que trava e que cria uma pausa que nos deixa suspensos e nos força a ler e a ler numa busca incessante e que se vai tornar avassaladora. Eis um exemplo: “Não quero ir mais longe, revelar se o seu [da mãe] abraço teve o aperto perfeito ou até se aquelas lágrimas foram um caudal de culpa ou outra coisa qualquer.” (p. 9)
Sendo um romance autobiográfico nem sempre é fácil discernir onde entra a ficção. Também não faço questão de o saber. Não é importante. O que interessa mesmo é absorver a história que nos é narrada, desfrutar do poder e da força da escrita, sentir o prazer de uma boa leitura.
João Pinto Coelho neste romance enveredou por um novo caminho, saiu da sua zona de conforto conquistada merecidamente com três romances fabulosos, e não desiludiu. Pelo contrário, veio confirmar que é detentor de uma escrita bela, trabalhada como se de uma escultura se tratasse. Uma escrita sincera, extremamente humana que revela dramas, sofrimento, solidão,… neste caso, distancia-se do sofrimento colectivo para se centrar no “eu”. E que bem o fez. Como soube usar a metáfora do mar, ora calmo e contemplativo, ora tempestuoso para evidenciar os estados de alma das personagens.
Para concluir, resta-me sossegar JPC e dizer-lhe que pode continuar a confiar nos seus leitores, que, atentos, saberão ler nas entrelinhas, mesmo naquilo que não foi dito e que as luzes ficaram acesas. Brilhantes. Flamantes.
Graciosa Reis
30 de março de 2023
27 de março de 2023
Tertúlia Literária
Aproxima-se mais uma tertúlia literária. Desta vez, iremos "tertuliar" sobre os livros de João Pinto Coelho.
22 de março de 2023
21 de março de 2023
20 de março de 2023
13 de março de 2023
Visita ao CRASSA
No dia 1 de março de 2023, as turmas do 8.ºA e o 8.ºE da Escola Secundária Poeta Al Berto de Sines, foram ao Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André (CRASSA) no âmbito das disciplinas de Ciências Naturais e Físico-Química, no Domínio de Autonomia Curricular (DAC).
De seguida, os alunos fizeram uma visita guiada pelas instalações do centro, as turmas dividiram-se em quatro grupos de dez elementos, um dos grupos foi com a bióloga Carolina ver a cozinha (onde preparam a comida para os animais) e os espaços onde os animais estavam a descansar ou em recuperação, enquanto outro grupo foi ver a enfermaria e o laboratório. Quando estes grupos acabaram a visita trocaram para que todos pudessem ver as instalações, os restantes grupos ficaram a lanchar à espera dos outros grupos acabarem a visita.
1 de março de 2023
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