29 de outubro de 2020

Sugestão de leitura (MIBE)

 




Gosto muito dos livros de Agatha Christie, mas confesso que este me desiludiu um pouco, primeiro porque o título induziu-me em erro, parti do princípio que a trama se desenvolveria numa biblioteca, ora, tal não acontece. Não posso afirmar que é um título enganador, porque não o é. O enredo, efetivamente, inicia aí com a descoberta de um corpo. Nada mais, tanto podia estar ali como noutra divisão qualquer. Segundo, porque a investigação é conduzida por inspetores locais. Miss Marple que é, no entanto, convidada a fazer a sua própria investigação é relegada para segundo plano, aparecendo esporadicamente. Este facto, anula um pouco, na minha opinião, o suspense e o desenvolvimento do seu raciocínio aos quais já nos habituou. Porém, é ela que desvenda o caso, facto que irrita os inspetores que mais uma vez concluem que “a velhinha com uma expressão doce de solteirona plácida e uma mente que vasculhou as profundezas da iniquidade humana e trata do assunto como se não fosse nada especial (…) que concerne a crimes, é o que há de melhor." 

Mas, considero que a mestria da autora no desenvolvimento do “enredo intrincado” continua bem presente. Ela é genial a apresentar pistas, a revelar factos muito plausíveis de incriminar cada uma das personagens. Como se previa, e não podia deixar de ser, é Miss Marple que, de forma surpreendente, revela o autor do crime. Brilhante! Tudo encaixa! Ela é mesmo a melhor!

Graciosa Reis

28 de outubro de 2020

Encontro com o autor André Fernandes: opiniões



    No dia 12 de Outubro, numa segunda feira, fui ver uma apresentação na biblioteca da minha escola do escritor André Fernandes.
    Ele começou por falar sobre o seu livro mais marcante, “Tia Guida”, para ser sincera eu quase chorei, porque foi uma história de vida que sei que se acontecesse comigo não saberia como lidar, mas tenho a certeza que não seria bem. Aquele livro mostrou-me que fisicamente não somos para sempre, mas que o amor é. Eu senti uma grande abertura da parte do escritor para falar da sua história e acho isso muito corajoso. Normalmente as pessoas guardam a dor para elas próprias, achando que mais ninguém no mundo passa por isso, mas a verdade é que com tanta gente pelo menos uma pessoa deve sentir e passar pelo mesmo. O André transmitiu-me muita esperança, muito amor, e acima de tudo mostrou-me que devemos aproveitar a vida ao máximo.
   Para concluir, eu adorei a apresentação deste escritor na minha opinião ele poderia voltar para falar de mais um dos seus livros.
Obrigada por partilhar a sua história connosco.

                                                                                                                   Iara Santos, 10.ºD


   A meu ver, a sessão na biblioteca com o autor André Fernandes foi muito positiva pois, apesar de ser acerca dos problemas e obstáculos que ele enfrentou, foi também uma mensagem de esperança com muitas dicas práticas do que fazer naquelas circunstâncias. 
   A história dele tocou-me muito pois já passei por algo muito semelhante ao que ele contou quando a minha mãe teve cancro da mama. Felizmente o tumor reduziu tornando possível a sua remoção e, assim, a cura, mas todo o processo até isso acontecer foi desgastante. Amadureci muito nessa altura, como se estivesse na obrigação de o fazer, e experienciei as palavras de André quando disse que passamos a ver o mundo de outra forma e aprendemos que não podemos ter o controle de tudo, muito menos de uma doença. 
  Para concluir, gostei da sessão também porque com ela passei a admirá-lo tanto a ele enquanto autor por ter a coragem de compartilhar a sua história com os mais jovens e com os leitores dos seus livros, como também enquanto pessoa visto que conseguiu ultrapassar os muitos obstáculos que lhe foram atribuídos pela vida, sem nunca desistir, tendo a humildade para pedir ajuda quando estritamente necessário, por isso, quero ser tão forte como ele um dia. 

                                                                                                         Matilde Marques/10.º D



    No dia 19/10 (2.ª feira) o autor André Fernandes esteve presente na nossa escola para poder dar a conhecer a suas obras e a profundidade dos temas que cada livro nos apresenta.
    Ao longo da apresentação, o autor foi tocando nos assuntos dos livros, mais especificamente do "Tia Guida" que fala da luta contra o cancro, de quem a sente na pele e de quem esteve ao lado a dar apoio.
   Para além do livro "Tia Guida", o autor também nos falou da necessidade de procurar ajuda psicológica após viver situações muito complicadas ao longo da sua vida.
   A meu ver, a apresentação do autor foi bastante terapêutica pois ele fala de situações que afetam a vida de muitas pessoas com uma paz invejável. Uma das expressões utilizadas pelo autor, que mais me tocou foi "dar a mão" a quem está a passar pelo tratamento do cancro, pois a escolha de palavras foi bastante tocante.
    Eu gostei muito da apresentação pois antes de a presenciar eu tinha algum preconceito quanto a livros muito introspetivos mas depois esse preconceito dissipou-se.

                                                                                                    Alexandra Guerreiro, 10.º D


No dia 19 de Outubro de 2020, os alunos da Escola Poeta Al Berto, Sines foram convidados a assistir a uma palestra de um escritor, André Fernandes.
    André, à primeira vista, aparenta ser uma pessoa carismática, querida e acessível. Aos poucos, essas observações foram-se tornando verdadeiras. Com um aspeto tão casual e jovem é difícil de acreditar pelo que este escritor já passou.
   Embora seja um jovem adulto, André demonstra uma certa maturidade nas suas histórias. A tranquilidade da sua voz a falar da sua vida pessoal tão abertamente revela um carácter bastante corajoso.
   Adorei o facto das suas histórias de vida serem tão viciantes e tão avassaladoras. Muitas delas, ou mesmo todas, são trágicas mas o André conseguia ver sempre o lado positivo, o que é seriamente deslumbrante.
   Concluindo, adorei a palestra. Não só achei conforto nas suas breves e enriquecidas histórias mas consegui identificar-me nelas.

                                                                                                                  Eva Soares 10D n.º11




Há 3 anos, numa aula de educação física recebemos uma indicação da professora a dizer que nesse dia não íamos fazer as atividades habituais, íamos sim, ter uma sessão na biblioteca escolar com um escritor, logo pensámos “Eh, que seca!!” (coisas de miúdos). Cheguei, e como é óbvio sentei-me na última fila de todas encostada à parede, ao pé dos “mais fixes” da turma, um sítio onde pudesse estar a mexer no telemóvel ou algo do género. Sempre fui uma criança com alguma maturidade, sempre tive noção do certo e do errado, tive que crescer à pressa, mas naquela altura e em ambiente escolar queria à força encaixar-me num padrão para de alguma forma ser aceite pelos outros. Coisa que hoje em dia já não acontece, para evitar qualquer tipo de confusões ou chatices prefiro andar sempre com as auxiliares e com as senhoras da limpeza, e, quando saio da escola o meu “círculo de amigos” têm todos +25.
 Isto tudo para dizer que, há uns dias, três anos depois, ouvi a professora de português falar no nome “André Fernandes”, e percebi que esse nome não me era estranho, então, quando fui à internet procurar por esse nome, abri as fotos, e pensei “Este foi aquele escritor que veio cá falar-nos de uma história qualquer sobre a tia que teve cancro...” Chegou o dia e fomos para a biblioteca, quando o silêncio se instalou, ele começou a falar e ao longo dessa sessão eu percebi que mesmo que eu tivesse estado atenta a ouvi-lo há três anos atrás eu nunca ia ter maturidade suficiente para interpretar tudo o que ele disse com o fiz este ano. Tudo o que ele disse tocou-me de uma maneira que chegou a um ponto que eu só pensava “Fogo, já tenho a máscara encharcada!”, é o que dá passar uma hora e meia numa sessão com este rapaz em tempos de pandemia. 
À medida que ele ia contando a sua história, o conteúdo dos seus livros e as suas vivências parecia que eu estava lá a viver aquilo tudo com ele... 
E foi aí que eu percebi que aquilo não era uma história qualquer sobre a tia que teve cancro, aquilo era a história dele com a tia sobre amor e sobre tudo o que o amor implica, ele disse uma frase que eu nunca me vou esquecer, “o amor é deixar ir, se amas deixa ir.” Quando os meus colegas falaram sobre as suas experiências eu pensei em falar também, mas não consegui, não me saiu... 
A pergunta que eu mais faço na minha cabeça é: - Como? Como é que ele nunca fica sem uma resposta, como é que ele tem sempre as palavras certas na hora certa, como é que ele conseguiu usar tudo o que lhe aconteceu para o bem e para mudar vidas com isso? É tanta maturidade e tanta experiência de vida para uma pessoa tão nova... 
O que eu achei mais bonito foi, no final, quando saímos da biblioteca, estávamos todos muito mais amorosos, havia muito mais compaixão entre nós. Confesso que enquanto escrevia este texto estava à procura de alguma coisa que tivesse corrido menos bem, porque isto de só falar bem às vezes torna-se suspeito, não há nada que corra 100% bem, mas realmente a única parte que eu não gostei foi o facto de só ter durado uma hora e meia. 

Eu adorei, e digo desde já que em certa parte mudou um bocadinho a minha maneira de pensar. Mas soube a pouco por isso é caso para dizer “Volte Sempre!!” (Mas espero que não demore 3 anos outra vez, porque nessa altura já não estarei nesta escola, espero eu...) 

P.S.: Eu tinha muitas mais coisas para dizer, mas mesmo assim acho que já escrevi demais. Provavelmente a professora vai-se chatear porque o limite eram 240 palavras e eu eu já escrevi 656, são só 419 palavras de diferença, não deve de fazer mal... 

                                                                                                                    Ana Bernardo, 10.º E


No dia 19 de outubro pelas 16:00 horas fomos a uma sessão na biblioteca da escola, com o autor/escritor André Fernandes.
André Fernandes é um rapaz novo, mas já passou por tanta coisa…Nos seus livros relata a sua infância, onde descreve a violência que assistia em casa, o Bullying que sofreu e como encarou/lidou com tudo isto.
A sessão foi basicamente uma conversa com ele, de repente alguém que não conhecemos está a abrir-se connosco, a mostrar todas as suas fragilidades, é incrível como não nos relacionamos todos os dias com ele mas conseguimos sentir que está a ser verdadeiro/transparente. A forma como descreveu todo o desenlace da doença da tia, transcrevendo-a para o seu livro, imortalizando a pessoa que mais marcou a sua vida, é emocionante.
Todo este à vontade desencadeou para uma conversa mais direta, já não estávamos só a ouvir o André, mas sim a vida dos nossos colegas de turma, pessoas que vemos todos os dias e que nem imaginamos o que estão ou já passaram. É tão bom podermos ouvir o outro, acima de tudo escutarmos o que o outro está a sentir. A sala encheu-se de compaixão, de repente estávamos todos a colocar-nos no lugar de quem estava a falar. O André conseguiu tudo isto, a união prevaleceu naquele momento, quem está/estava a sofrer pôde ver que não estava sozinho/a.
Foi por estas razões que achei a sessão tão importante, e por um lado nos fez crescer e abrir os olhos, bem como nos uniu, nos fez conhecer melhor a história e a pessoa que esconde o corpo (parte física que vemos todos os dias na nossa sala de aula) dos nossos colegas.

                                                                                                 Ana Matilde Palmeiro Bila, 10.ºE


No dia 19 de outubro, a minha turma foi à biblioteca escolar ouvir uma palestra sobre os livros do escritor/comunicador André Fernandes. Este jovem escritor apresentou-nos os seus três livros: “A tia Guida”, “A vida é uma escola” e “Só não lhe chames amor”.
“A tia Guida é um livro que conta a história da convivência com a terrível doença que, infelizmente, atinge muitas famílias nos dias que correm: o cancro. “A vida é uma escola relata o conjunto das principais aprendizagens feitas pelo autor nos seus 25 anos de vida, e “Só não lhe chames amor” fala-nos da distorção do amor e, em como as nossas primeiras referências do mesmo nos marcam e acompanham com as suas memórias boas ou más durante toda a nossa vida.
Para mim, esta palestra foi um misto de emoções pois abordou os temas sobre os quais quase ninguém fala, mas que são tão importantes para debater: lidar com a morte, viver numa família complicada, saber perdoar e, o mais importante de tudo, saber amar.
Foram feitas algumas partilhas que me fizeram concluir que há vidas que não são fáceis e que, às vezes, é muito difícil gerir e lidar com todas as situações com que vamos lidando durante a nossa vida.
Concluí, com esta palestra, que a resposta a tudo na vida é o amor. Responder sempre com amor e saber que os nossos nunca se esquecem de nós, estejam eles onde estiverem.

                                                                                                             Mariana Silva Conceição
                                                                                                                            10.º E - N.º 17


Quando a professora fez uma pequena apresentação do André e as suas respetivas obras eu até fiquei com interesse em conhecer a “história da sua vida”, pois a minha história é muito parecida com a ele.
A professora, quando apresentou os temas que o mesmo iria falar com os alunos, o que me chamou mais a atenção foi o de violência doméstica. Como disse anteriormente a minha história não é muito diferente, pois os meus pais estiveram juntos durante 15 anos, e
foram 15 anos de for e sofrimento. Eu tenho uma irmã 5 anos mais velha que eu (e somos do mesmo pai), entretanto a minha mãe engravidou de novo (antes de mim) mas infelizmente teve um aborto espontâneo, onde ficou com depressão desde aí, e depois com a violência do meu pai também não ajudava muito, não só era violento como também bebia muito. A minha mãe ao fim de algum tempo engravidou de mim, mas a minha infância não foi das melhores, pois o meu pai não só batia na minha mãe como às vezes em mim também. 
Lembro-me de uma vez me ter batido e depois meter-me em cima da cama deles de “castigo” e eu querer chorar e nem conseguir cair uma lágrima, a minha mãe passar pelo quarto, olhar para mim como se quisesse fazer alguma coisa para me ajudar e não conseguir. 
O resto da história não vou contar porque senão ficarei aqui a escrever eternamente. Mas graças a Deus o meu pai também mudou, ainda bebe uns copinhos assim normais mas não demasiado como antes. 
Gostei muito da palestra e confesso que fiz um bocadinho de força para não desatar a chorar
enquanto o André contava a sua história de vida, achei muito corajoso da parte dele, falar assim da sua vida com estranhos e ainda sobre estes temas... é preciso ter muita coragem!!

                                                                                                                                  🧡🧡

27 de outubro de 2020

Retrospetiva - Encontro com o autor André Fernandes


No âmbito do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE), que decorre durante este mês, a biblioteca escolar está a desenvolver algumas atividades. 
Dessas atividades, destacamos o encontro com o autor André Fernandes que esteve no dia dezanove, na nossa biblioteca  para nos falar do seu percurso de vida retratado nos seus três livros. Foram realizadas quatro palestras, ao longo do dia. A fim de manter as normas de segurança e distanciamento, em cada sessão participou, apenas, uma turma. 
Todos os envolvidos, autor, alunos, professores e funcionárias gostaram imenso do encontro. Houve muita emoção e partilha de histórias de vida. Ficou, de novo, a promessa de um regresso. 
Foi a segunda vez que recebemos o autor na nossa escola, a primeira foi em 2018. 
Agradecemos ao André Fernandes a disponibilidade, a simpatia, e o carinho dedicados a todos, mas, em particular, aos alunos.
Foi um sucesso!















12 de outubro de 2020

Um Covid à Saúde Mental

Este ano, o lema escolhido para assinalar o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares é "Descobrir caminhos para a saúde e bem estar...". Assim, para dar resposta a esse lema, a nossa biblioteca escolar está a promover algumas atividades, entre as quais esta em articulação com o SPO que tem também por objetivo assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro).

Selecionámos 4 imagens impactantes e elucidativas desta época conturbada e elaborámos um questionário sobre as mesmas e possíveis danos no indivíduo ao nível da saúde mental. 

Convidamos todos os alunos, docentes, pessoal não docente e encarregados de educação que se desloquem à escola a aceder ao código QR e a preencher o referido questionário. A atividade está exposta no átrio da escola e decorre até ao dia 30 do corrente mês.  


O resultado do questionário foi o seguinte: 






11 de outubro de 2020

Sugestão de Leitura - (MIBE)

 




Quem gosta de livros, de bibliotecas não pode deixar de ler este livro. É um livro bem estruturado, dividido em 15 capítulos e ilustrado com várias fotografias que complementam a informação dada pelo autor. 

Para criar e manter a sua biblioteca pessoal, múltiplas questões (as mesmas de muitos bibliotecários) lhe foram surgindo. E é partindo da pergunta “Porque o fazemos, então?” (p.15) que Manguel nos explica por que razão ao longo dos tempos, desde a Antiguidade até ao presente, o homem vai reunindo livros em prateleiras e prateleiras. Respondendo a essa questão, o autor vai explanando o seu conhecimento e o seu fascínio pela história das bibliotecas. Das bibliotecas públicas e privadas; modernas, antigas, desaparecidas, míticas; de organização, de classificação, de democratização; de censura, de livros queimados, perdidos, roubados, proibidos, digitais, imaginados, lidos e não- lidos.

“Não tenho nenhum sentimento de culpa acerca dos livros que não li e que talvez nunca lerei; sei que os meus livros têm uma paciência sem limites. Esperarão por mim até ao fim dos meus dias.” (p. 218) 

Já percebemos, que para Manguel as bibliotecas não são meros espaços de armazenamento de livros. Se assim fosse, não precisaria de cerca de trezentas páginas para nos responder à questão inicial ("Porque o fazemos, então?"). Para ele, são espaços de cultura, de conhecimento, de informação que “espelham a identidade pluralista, vertiginosa e desafiante do país e dos tempos” (p.258) 

“Preservar e transmitir a memória, aprender através da experiência dos outros, partilhar conhecimento do mundo e de nós próprios são alguns dos poderes (e perigos) que os livros nos concedem, e as razões por que os estimamos tanto quanto os receamos. “ (p.227) 

Para terminar e o motivar à leitura deste livro deixo-lhe, futuro leitor, uma última citação:
“Todo o leitor é ou um andarilho que se detém ou um viajante que regressa.” (p. 260).

Graciosa Reis

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE)