Escrita Criativa

Novembro 2020

A Biologia e Geologia e o Texto Literário encontraram-se…

  História secreta da areia da praia

       Era uma vez a Areinhas. A Areinhas era uma rocha sedimentar detrítica não consolidada, com grãos de 2,0 a 0,3 cm todos muito arredondados, como pequenas bolas de berlinde. 
      Vou falar um pouco sobre a história desta tão interessante areia.... Saber o dia exato em que a mesma nasceu é impossível, apenas sei que foi há milhões de anos. Não fui muito específica, eu sei, mas é isto que a torna tão fascinante, o facto de ela se ter formado quando ainda nem existia o Homo sapiens!
       Ela nem sempre teve este aspecto tão pequeno e arredondado, pois há muitos milhões de anos atrás fazia parte de uma serra, a rocha mãe, próxima da praia onde ela neste momento habita. A Areinhas chegou lá através da ação do vento (transporte), e o mar, como tinha uma enorme inveja daquela serra tão grande e alta, foi rebentando as suas ondas nessa tal serra - rebentou uma, rebentou duas, rebentou tantas vezes que perdeu a conta! A serra, como não era de ferro foi-se desgastando (processo de meteorização física), não só pela água do mar como também, por exemplo, pelas chuvas, dando origem àquele formato arredondado que a Areinhas hoje possui (erosão). 
      Podemos observar que a Areinhas tem várias cores, desde o branco sujo ao rosa e ao preto. Estas cores devem-se ao tipo de rocha da qual a areia se formou - por exemplo, se for branca a rocha dominante continha o mineral de quartzo, se for preta a rocha dominante apresentava por exemplo minerais escuros como é exemplo a mica - biotite.
      Conseguimos concluir que a Areinhas é uma rocha com muita história por contar e que a partir dela, ou seja dos fragmentos tão pequenos dos quais é formada, se consegue identificar o tipo de rocha e os processos que lhe deram origem, entre muitas outras características.

Agnes, n1, 10B


Janeiro 2019




ENTREVISTAS


No âmbito das apresentações orais da disciplina de português, os alunos da turma D do 8.º ano. 


 Entrevista à D. Maria da Luz
Uma história de vida “marcante”

            D. Maria da Luz nasceu no dia 20 de julho de 1927, tem neste momento 91 anos de idade, é uma figura muito querida por todos, é muito comunicativa e simpática. Embora a sua vida nem sempre lhe tenha sorrido, mantém uma postura positiva e alegre, que contagia toda a gente à sua volta. Herdou o nome da sua mãe e consegue, mesmo, irradiar “Luz”.
No final da entrevista, disse-nos que “hoje” tinha sido um dia feliz. Desejou-nos um bom futuro e deu-nos sábios conselhos.    

Carolina e Alexandre (entrevistadores): Onde nasceu? Com quem foi criada?

D. Maria da Luz (entrevistada): Nasci no Algarve, na praia do Carvoeiro, uma praia muito bonita, com muitos banhistas, na altura era muito pequena, mas agora tem-se estendido. Construíram muitas casas e hotéis. Os estrangeiros adoram aquela praia! Quando eu era criança só havia duas ruazinhas, e então conhecíamo-nos todos, éramos todos amigos… Eu ia à casa das minhas amigas e elas iam à minha!
Entrevistadores: Como foi a sua infância? Teve irmãos?

Entrevistada: Foram tempos muito difíceis, eu era a mais velha, tinha mais três irmãos, dois já faleceram, só fiquei eu e o mais novo. Éramos uma família muito humilde, o meu pai era pescador, tínhamos de juntar dinheiro no verão para podermos comer no inverno: uns” legumezinhos”, um “feijanito”, uns “grãozinhos”, um “milhito”…

Entrevistadores: Qual a sua relação com eles?

Entrevistada: Sempre fomos unidos, não havia escola na altura,  e a minha mãe, que era doente, precisava de mim em casa para cuidar dos meus irmãos. Por isso, só aprendi as primeiras letras. Só quando comecei a namorar com o meu marido e tinha de lhe escrever cartas é que aprendi, para não ser a irmã dele a escrever e a saber os nossos segredos.

Entrevistadores: Quando e porque decidiu vir morar para Sines?

Entrevistada: Tinha casado há três meses, o meu marido decidiu vir trabalhar para Sines na pesca, e eu fiquei no Algarve. Depois ele mandou-me uma carta a dizer que eu podia vir, que tinha arranjado um quartinho para nós na casa de um pescador. Depois veio o meu pai, e mais tarde a minha mãe com os meus irmãos.

Entrevistadores: Como foi a sua adaptação a Sines?

Entrevistada: Olha, estranhei muito, filhos, estranhei tanto porque a gente era pobre, mas lá no Algarve não havia casas de madeira e aqui a gente veio morar para uma casinha de madeira, para um quartinho sem porta, fiz uma cortina para tapar a entrada, tudo cheio de gretas… E custou-me imenso deixar a minha casinha para vir para aquela de madeira!!

Entrevistadores: Teve alguma profissão? Como eram as condições de trabalho nessa altura?

Entrevistada: Sim, trabalhava na indústria de conservas, lá no Algarve, logo aos dezoito anos e vim para cá para uma fábrica e foi aqui que me reformei, trabalhei uns bons anos.

Entrevistadores: Essa fase da sua vida foi difícil? Como conseguiu conciliar a família, o trabalho e a lida da casa?

Entrevistada: Ai, muito difícil, muito difícil, filhos. O meu filho, meti-o na cresce da Casa dos Pescadores, tinha três aninhos. Antes de entrar no trabalho, tinha de o deixar pronto antes das 8 horas, porque havia uma pessoa amiga minha, que trabalhava na cresce, e então pedi-lhe o favor de levar o meu filho todos os dias às 8 da manhã… Também tinha de deixar o almoço adiantado.

Entrevistadores: Entretanto, a sua vida melhorou e conseguiu construir uma casinha. Ainda vive nessa casa?

Entrevistada: Sim, e hei de viver até falecer… Esta casa, que construí com o meu marido, traz-me muitas recordações. Ele já faleceu há 30 anos e então eu vou viver aqui até falecer, como já disse…

Entrevistadores: Que recordações guarda desses tempos?

Entrevistada: Muitas recordações, umas boas e outras menos boas, éramos pobres, mas éramos todos unidos uns aos outros, a família, tal como os vizinhos, aqui em Sines ainda existe uma larga família… uns já faleceram, outros cá permanecem…

Entrevistadores: Como vive o seu dia a dia atualmente?

Entrevistada: gora já vivo mal porque falta-me a vista, a minha saúde já não é como era dantes. Tenho uma boa memória, mas mesmo assim já vai falhando alguma coisa, de resto, sei cuidar de mim, há sempre aquela dificuldade do banho, mas tenho uma pessoa aqui vizinha, que me trata há 8 anos, chama-se Maria Manuela, ela mora logo aqui ao lado. Por isso qualquer coisa, ela está aqui para me acudir…

Entrevistadores: Sente-se sozinha?

Entrevistada: Nunca me sinto sozinha. Sou crente, católica, vou à missa sempre que a minha saúde me permite. Tenho bons amigos, que me vêm buscar a casa e me trazem de volta. Também recebo muitas visitas e presentes e telefonemas. Tenho um bom filho, não me deixa faltar nada, tenho um neto e uma bisneta, tenho os meus sobrinhos que vêm quando podem, não me posso queixar.

Entrevistadores: Tem medo da morte?

Entrevistada: Não, é um processo natural da vida. Já estou preparada e tenho tudo decidido. Sou vaidosa e quero ir de salto alto, porque lá não vou ter de andar muito nem gastar o salto…

Entrevistadores: Notámos que é muito simpática e gosta de conversar!

Entrevistada: Sim, já nasceu comigo e há de morrer comigo, não tenho mudado para pior, graças a Deus!

No final da nossa entrevista, pedimos à D. Maria da Luz que deixasse uma mensagem aos jovens, que apresentamos de seguida.
O que eu sinto, ou o que eu posso dizer à mocidade de agora é que tem muita liberdade, mais do que eu e os meus irmãos tínhamos, nem sequer o meu neto teve essa liberdade. Acho também que deve de existir respeito entre os nossos pais e nós. Temos que pensar um bocadinho na nossa vida, logo de novinhos para que a gente um dia sejamos homens ou mulheres de bem.  A gente tem que querer porque se não quisermos quem vai querer por nós, nós, temos que lutar por nós. Temos que saber por onde queremos caminhar.

Observação: devido à idade da senhora, a linguagem escrita na entrevista que foi utilizada não foi a mais correta.


 Autores da entrevista: Alexandre Ferreira e Carolina Saramago (8.º D) 

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Entrevista a Armando Bila, pintor

Armando Bila nasceu no dia 8 de Junho de 1947.
Este homem pinta no seu dia-a-dia e veio contar-nos algumas coisas:

Ana, Gonçalo, Gustavo (entrevistadores): Como e quando começou a pintar?

Sr.Armando(entrevistado): Comecei a pintar na escola primária com lápis de carvão, lápis de cor... Depois continuei a pintar sempre durante a minha vida, umas vezes mais e umas vezes menos. Até quando fui para a tropa pintei lá uma coisa ou outra... lá em África.
E continuo a pintar,nuns anos pinto mais, noutros menos.

Entrevistadores: Gosta mais de pintar coisas reais ou imaginárias?

Entrevistado: Eu pinto tudo. Gosto de pintar coisas reais e imaginárias. Gosto do surreal/abstrato, que começo a fazer e sai qualquer coisa, como gosto do realista, que é aquilo e acabou. A única coisa que tenho"preferência" é que pinto mais a tinta acrílica do que a óleo.

Entrevistadores: Como lida com as críticas ao seu trabalho? Certamente já recebeu críticas ou não?

 Entrevistado: As pessoas dizem-me sempre que está bom, toda a gente diz que está muito bonito, nunca ninguém pôs defeitos (risos), também ninguém ia dizer que não presta, eu é que às vezes não gosto. Sou o meu maior crítico.

Entrevistadores: Qual/Onde foi a sua primeira exposição ao público?

Entrevistado: Foi no centro cultural Emmerico Nunes por volta de 1990.
Nunca quis expôr o meu "trabalho", sempre pensei que não iam gostar mas foi um grande sucesso, nunca aquela sala encheu tanto. Nessa altura o Al-Berto era o diretor do centro e foi ele quem me convidou e convenceu a fazer a exposição.

Entrevistadores: Como/Quando é que conheceu o Al Berto?

Entrevistado: Conheci o Al Berto antes de ir para a escola primária. Ele tinha uma tia e eu tinha outra tia (pois!!). Elas eram muito amigas e eu já ia para a casa do Al Berto. Ele era muito tímido, ele não saía de casa antes de entrar na escola. Puseram-no ao meu lado para ele se ambientar e habituar. Tivemos juntos até à terceira classe, depois fiquei doente e perdi o ano e o Al Berto continuou. Apesar disso continuámos sempre a dar-nos bem, até ele ir para a Bélgica e eu fui para a tropa (ele "fugiu" à tropa, não queria ir) e aí deixámos de nos ver.

Entrevistadores: Considerava Al Berto melhor escritor ou melhor pintor? E porquê?

Entrevistado: Na escrita eu não considerava o Al Berto nem bom nem mau, pois não sou entendedor no assunto, e só percebia a escrita dele porque o conhecia, ele tinha uma escrita um bocado complicada, então era bom, porque... pronto! Era meu amigo. Ele pintava era bem, porque andou à escola, ele não era nada de escritor, pintar é que era, depois começou na fotografia e depois é que começou a escrever. Ele experimentou várias coisas, era rico, tinha dinheiro à farta para isso.

Entrevistadores: Muito obrigado senhor Armando por nos ter contado o que de certa forma fez e faz parte da sua vida.

 Entrevistado: Obrigado eu por me terem convidado e ouvido.



Trabalho realizado por: Gonçalo Torpes, Matilde Bila e Gustavo Baião (8.º D)




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dezembro 2016



NOTÍCIA

Festa de Natal dos alunos com Currículo Específico Individual da Escola Secundaria Poeta Al Berto.

No passado dia 14 de dezembro, pelas 11h30, na sala B da Escola Poeta Al Berto, realizou-se um lanche de Natal que alunos em conjunto com a professora Ana Pinela organizaram.
 Para que tudo estivesse a postos no dia da festa, os alunos trouxeram algumas comidas e bebida, fizeram convites que antecipadamente entregaram a professores, funcionários e colegas.
A festa decorreu num clima de grande alegria e convívio, todos estavam animados e felizes.


Texto realizado, na aula de português pela aluna Jaine Santos, 8.º C.



maio 2016

Quatro textos  escritos no âmbito da disciplina de Português - 7.º ano, turma A


Pensar


Dizem-me
Que eu tenho de pensar
Mas,
Eu já pensei

Dizem-me
Que eu tenho de fazer
Mas aí eu penso
Que já fiz

A minha cabeça
Está sempre a pensar
A minha imaginação é muito grande
E nunca vai acabar

Eu digo coisas
Que não passa na cabeça de ninguém
Às vezes falo sozinho
E nem sei com quem

E sim, eu penso


Diogo Gonçalves

7.º A



                                                       A Espada do Mundo


      Num reino muito longe daqui viviam um rei e uma rainha muito poderosos. Nesse reino viva também um ferreiro muito trabalhador que estava sempre disposto a cumprir as ordens do rei.

      Certo dia, o rei ordenou ao ferreiro que fizesse uma espada, pois esta serviria para intimidar aqueles que lhe quisessem fazer frente. Quando a espada ficou pronta, o ferreiro foi entregá-la ao castelo. Durante o caminho, foi apanhado de surpresa por um grupo de anões, que lhe enfiaram um saco na cabeça, roubaram a espada e fugiram, deixando o pobre coitado no chão.

     O ferreiro, indefeso e sem nenhuma explicação para dar ao rei, dirigiu-se até ao castelo com muito receio do castigo que viesse a ter.
     Quando lá chegou, o rei nem quis acreditar que a sua espada tinha sido roubada. Chamou os vassalos, para que prendessem o pobre ferreiro e deu-lhes 24 horas para procurarem e encontrarem a espada. Caso isso não acontecesse, o ferreiro seria decapitado.
      Os criados lá partiram em busca da espada. Procuraram nas casas e nos reinos das redondezas mas não obtiveram nenhum resultado.
       Dentro de uma caverna, que era o “covil” dos anões, havia um templo, onde estes tinham a espada devidamente exposta numa vitrina, pois assim, podiam adorá-la e ser contemplados com o seu “poder divino”.
       A caverna era esculpida numa rocha e tapada com uma pedra, para que não fosse vista.
      Os vassalos continuavam as buscas e quando passaram pela caverna, ouviram um barulho suspeito e resolveram ir ver o que era. Afastaram a pedra que cobria a entrada e deram de caras com uma grande “tribo” de anões.
      Os pequenos, quando viram os criados do rei, tentaram esconder a espada, e foi tanto o rebuliço, que o esconderijo acabou por ser revelado.
      Assim, conseguiram recuperar a espada, dentro do tempo limitado pelo rei.
      Dirigiram-se ao castelo, levando o responsável pelos anões e a tão grandiosa espada.
      Quando lá chegaram, dirigiram-se à sala do trono.
      -Majestade, aqui está a sua espada e o responsável pelo seu roubo.
      -Muito bem! Libertem o ferreiro! Agora quero explicações aqui do “minorca”!
      -Do “minorca”!?! Eu não sou “minorca”! – protestou o anão. – Foi por estas e por outras que roubámos a espada. Somos pequenos, sim, somos. Mas não somos insignificantes. Também merecemos reconhecimento. A espada iria trazer-lhe mais poder…mas, para quê? Para que quer mais poder? Não tem já o suficiente? E nós? Sabia que nós existíamos aqui, no seu reino?
      -Não, não sabia, nem me interessava saber. Agora tragam-me todos os…
      Foi então que o rei foi interrompido pela rainha.
      -Compreendo a vossa posição. Assim, vou estabelecer umas novas regras. Todos os meses podem vir uma vez ao castelo mostrar as vossas opiniões. Vão poder expor todos os vossos pontos de vista perante toda a corte. E para que esta espada não cause mais problemas a ninguém, o ferreiro irá, aqui mesmo e agora, parti-la a meio.
      Assim aconteceu. O ferreiro foi buscar as suas ferramentas e partiu a espada. Nesse mesmo momento, uma luz muito brilhante invadiu o castelo, saiu pelas janelas, entrou nas casas dos populares, na caverna dos anões, nas tocas dos animais, em todo o reino. Essa luz era, nada mais, nada menos, do que o poder da espada, que se espalhou por todos, sem qualquer exceção.
     Por isso, a espada foi exposta na sala do rei, para que todos pudessem admirar o objeto que deu a todos, um pedacinho de poder…

Catarina Sousa
7.º A,  n.º 4




                                                A Espada do Mundo

      Era uma vez, há muito, muito tempo, num reino encantado um rei e uma rainha muito bondosos, mas infelizes, porque desejavam ter um filho e não conseguiam. Até que um dia, esse desejo tornou-se realidade e nasceram três lindos rapazinhos.
      Eram os três rapazes mais lindos do Reino, os cabelos eram louros como o sol e os olhos eram azuis como o mar.
      Os vassalos, com inveja dos meninos e com a esperança de ganharem muito dinheiro com a venda dos bebés, decidiram vendê-los.
      Então durante a noite, os vassalos raptaram os meninos e como não sabiam o que fazer com eles deixaram-nos numa caverna.
      A caverna era escura, sombria e o medo fazia-se sentir por todos os cantos e recantos.
      No dia seguinte, logo pela manhã, a rainha foi ao quarto dos bebés para os alimentar, e, para sua grande aflição, eles já lá não estavam.
      Apressou-se rapidamente a tocar os sinos do grande castelo.
      Os vassalos quando ouviram o tocar dos sinos souberam rapidamente que tinham de esconder os rapazinhos noutro lugar mais discreto.
      Dirigiram-se então rapidamente para a caverna, mas para grande espanto, os meninos já lá não estavam.
      Preocupados dirigiram-se de novo para o castelo como se nada tivesse acontecido.
      No templo mágico, um ferreiro tinha encontrado os rapazes e decidiu cuidar deles como se fossem seus filhos.
      Passaram-se dezoito anos e os três rapazes continuavam na verdade muito pequenos e também queriam desesperadamente descobrir os seus verdadeiros pais.
      Então, numa linda noite em que o céu era como um lençol negro co pontinhos bordados e um buraco no meio: a lua, o ferreiro decidiu dar o seu tesouro mais precioso aos rapazes para que eles encontrassem os pais, a Espada do Mundo. A Espada do Mundo era na verdade, uma espada mágica que se assemelhava a um GPS, isto é, indicava a localização exata do que se pretendia, bastando para tal pronunciar umas palavras mágicas.
      Os anões usaram então a Espada do Mundo e descobriram os pais.
      O rei e a rainha não queriam acreditar, afinal os seus tão procurados filhos eram na verdade anões.
      Os anões conseguiram provar que eram mesmo filhos deles e para isso tiveram de utilizar a Espada do Mundo. Os reis ficaram sem palavras, mas ao mesmo tempo muito felizes.
      E para partilharem a sua grande felicidade organizaram uma grande festa e o ferreiro foi convidado para ser padrinho dos pequenos príncipes.
      E viveram todos muito felizes para sempre.



Inês
7.º A 
                                                   A Espada do Mundo
       Era uma vez um rei bastante ambicioso e anafado que vivia num reino encantado, com a sua elegante e bela rainha Esmeralda. O reino era constituído por um imponente templo rodeado por cavernas profundas, e um jardim coberto de rosmaninho e alecrim. 

       O rei tinha um segredo que estava guardado numa destas cavernas. Um dia, os sete anões que acompanhavam sempre os vassalos nas suas tarefas diárias, quando iam para o templo carregados de baldes e vassouras, resolveram parar para descansar debaixo de um plátano. Os vassalos acabaram por adormecer, mas os anões que eram muito traquinas e curiosos decidiram explorar uma caverna que se encontrava nas montanhas rochosas. Os vassalos quando acordaram e não viram os seus amigos anões ficaram bastante preocupados, e foram procurá-los. Calcorrearam as montanhas de alto a baixo até os encontrar numa profunda caverna. Qual foi o espanto quando os vassalos viram os anões com uma espada brilhante e cravada de diamantes.

       Resolveram levar a espada até ao rei, e no caminho cruzaram-se com o ferreiro que trabalhava para a família real. Este, como tinha muita experiência no fabrico de espadas, disse que nunca tinha visto uma tão bela. Entretanto, foram todos ao encontro do rei para entregar a espada encontrada. O rei quando a viu, desvendou o seu segredo e contou à sua amada rainha e aos restantes membros da corte os poderes mágicos da Espada do Mundo.

        Nesse dia, pela primeira vez, nevou nas terras do reino.


Sofia da Câmara Pereira
7.º A, n.º 28


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fevereiro 2015


Quatro textos de opinião escritos no âmbito da disciplina de Português - 12.º ano




Caros leitores, hoje no nosso blog apresentamos um livro muito interessante, cheio de segredos e enredos divertidos.



O livro em questão aborda memórias, fantasias e sonhos, características de António Tabucchi, autor da obra “Os três últimos dias da vida de Fernando Pessoa”. Como tal, é um livro sobre um dos mais importantes escritores da literatura Portuguesa, o que confere a esta obra um caráter mais interessante.



De modo a complementar a informação bibliográfica, o livro tem como título secundário “Um delírio” e foi editado em 1995, em Lisboa, pela Quetzal Editores.



A ação da obra gira em torno do grande Fernando Pessoa, uma vez que esta retrata os seus últimos dias. Assim sendo, Pessoa percorre um trajeto memorável em busca dos seus heterónimos, delineando com estes conversas divertidas sobre as suas vidas e os segredos que escodem as mesmas. Para além destas personagens, são também recordadas pessoas “físicas” que enquadram a vida de Pessoa, ou seja amigos, como o senhor Manacés, que cuidava da sua aparência, nomeadamente da sua barba, os amigos Francisco Gouveia e Armando Teixeira Rebelo; e ainda familiares como a sua avó Dionísia, que antes de partir para o mundo eterno já sabia que os seus destinos tinham algo em comum, e ainda o seu pai, o senhor Joaquim de Seabra Pessoa, que, após a sua morte, fora comparado como o Mestre, Alberto Caeiro.



Após esta contextualização, gostaria de referir que o mais interessante na obra são as visitas ficcionadas, ou até mesmo reais, de três heterónimos de Pessoa ao hospital S. Luís dos Franceses, local onde este se encontrava, após ter sido detetada uma crise hepática. Estes heterónimos não aparecem por acaso, vêm surgir como motores de avanço na descoberta de diversos segredos que envolvem as suas existências. Numa dessas conversas, Pessoa fala dos seus amores, na vida profissional e amorosa, dizendo ainda ao seu interlocutor “ julgava que na tua vida só tinhas amado a teoria” e Campos, refutando, responde que também amou a vida. Conclui-se, então, que este heterónimo apesar de viver nas aparências também é humano.

Continuemos esta viagem. Numa outra conversa, Pessoa afirma que tem um eleito, que nele encontrou a coesão e que este tem “um olhar que descreve” e “uma voz que ensina”, em que o seu segredo era… Bem, não vou revelar e, como já devem ter constatado, também não revelei, por completo, os nomes dos interlocutores de Fernando Pessoa.

Como já referi, muitos segredos invadem toda a obra o que a torna bastante apelativa, já para não falar na sua fácil leitura, tanto a nível de interpretação como em termos de extensão.

Em suma, concluo com algumas palavras de Pessoa “viver a minha vida foi viver mil vidas, estou cansado, a minha vela gastou-se (…)”, mas espero que isto não vos afete, pois tenho esperança que adquiram a obra e completem esta viagem alucinante ao mundo das descobertas do maior poeta português do século XX, Fernando Pessoa. 


Cheila Gonçalves, 12.º A


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Esta semana recomendamos a leitura d’Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa, de António Tabucchi, tendo sido esta obra editada pela Quetzal Editores, em 1995, em Lisboa.

Esta obra de Tabucchi é uma fantasia biográfica sobre os momentos finais da vida de Pessoa. A obra começa com a ida do poeta para o hospital, não sem antes chamar o senhor Manacés para lhe fazer a barba. Pessoa vai acompanhado de dois amigos e do seu patrão. Na ida, encontram Coelho Pacheco, um heterónimo raro de Pessoa, que os ajuda a prosseguirem viagem. Já no hospital, é-lhe diagnosticada uma crise hepática. Pessoa despede-se dos amigos que o acompanharam, pedindo-lhes para apenas voltarem dali a dois dias, prevendo que nessa noite e no dia seguinte tivesse visitas. E assim foi. Nessa noite, foi visitado pelo seu heterónimo Álvaro de Campos. Depois, ainda nessa noite, veio Alberto Caeiro. No dia seguinte, visitaram-no mais alguns dos seus heterónimos, Ricardo Reis, Bernardo Soares e um outro seu amigo, António Mora. Todos queriam falar com o poeta, ter uma última conversa para, principalmente, contarem importantes segredos que esses heterónimos queriam partilhar com Pessoa, antes deste partir. Pessoa morreu, ainda estava António Mora no quarto, pelas vintes horas e trinta, do dia trinta de novembro de 1935.

Não desvendamos já os segredos que foram revelados, se quiserem sabê-los terão de ler esta fantástica obra. Mas podemos levantar uma ponta do véu. Alberto Caeiro confessa a Pessoa que ele é o verdadeiro mestre, tal como o poeta já “desconfiava” e tal como nós já sabíamos, o único que atinge a verdadeira felicidade. Álvaro de Campos confidencia a Pessoa que amou verdadeiramente alguém, ficando este surpreendido pois “julgava que na (…) vida só tinha(s) amado a teoria.”. Se quiserem saber os restantes segredos terão de ler a obra, que, deixem-me que vos diga, vale a pena. Muda completamente a visão do leitor relativamente a Pessoa e aos seus heterónimos. Para além disto, Tabucchi, através das personagens, faz considerações relativamente à vida dos heterónimos, confissões já esperadas e outras inesperadas como quando Campos diz: “E hoje aqui estou à tua cabeceira, como um farrapo inútil, fiz as malas para lado nenhum, e o meu coração é um balde despejado.”; ou quando Pessoa refere “(…) Mestre, creia-me, para mim foi um pai, foi quem me deu a vida interior.”. É uma obra que desperta a nossa reflexão, obras assim devem definitivamente ser lidas, ainda por cima é uma obra de fácil leitura e muito pequena!

Espero que não fiquem hesitantes e leiam a obra, vale mesmo a pena! Até para a semana!

Iuliana Lascu, 12.º A


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Existem certos livros que ultrapassam a barreira da realidade e, neste caso, também da língua. Esta semana, o livro a ser abordado é “Os últimos três dias de Fernando Pessoa” escrito por um autor italiano chamado Antonio Tabucchi, sendo publicado em Lisboa no ano de 1995 pela editora Quetzal Editores.



Neste livro inventa-se uma realidade, que poderá ou não ter ocorrido, em relação aos últimos três dias de Fernando Pessoa. Este recebe a visita dos seus heterónimos que o irão ajudar nesta última viagem ou que lhe irão revelar certos segredos que nunca contaram, mas que, como sabem que as suas vidas também se estão a esgotar, irão fazê-lo ao homem que confiam mais.



Esta viagem de Fernando Pessoa é partilhada também pelos seus heterónimos, como já referido, nomeadamente Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis. Apesar destes heterónimos mais conhecidos aparecem também Coelho Pacheco, Bernardo Soares e António Mora. 


Neste percurso curto de três dias, certos segredos irão ser revelados, nomeadamente o de Álvaro de Campos, pelo facto de este ser homossexual e de ter dedicado um poema a um jovem que amou em Inglaterra. Para além desse segredo, também existe o de Ricardo Reis que consiste no facto de este nunca ter ido para o Brasil, mas de se ter escondido numa pequena aldeia chamada Azeitão (“nunca fui para o Brasil, fiz toda a gente acreditar nisso”). Para além destes segredos, existem outros mas para os descobrir a obra terão de ler.

Esta obra é muito recomendada para quem não gosta de ler muito, porque tem poucas páginas e para quem não sabe da vida de Fernando Pessoa não há problema porque o livro está bastante explicito e não leva as segundas interpretações. Por outro lado, é um livro que aborda temas atuais, tais como a homossexualidade, a definição de loucura dada pela sociedade (“loucura é uma condição inventada pelos homens para isolar os que incomodam a sociedade”), talvez o facto de certas doenças relacionadas com o distúrbio da personalidade, porque sejamos honestos, estes heterónimos nunca existiram mas apesar disso fizeram estragos na vida de Fernando Pessoa, nomeadamente a sua relação amorosa com Ofélia Queiroz.

Apesar de conspirações e segredos revelados por pessoas “fantasmas”, a vida de Fernando Pessoa foi real e no seu último momento “tirou os óculos de cima da mesa-de-cabeceira e pô-los na cara (…) arregalou os olhos e as suas mãos pararam sobre o lençol. Eram exatamente vinte horas e trinta.” 


Joana Silva, 12.º A

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            O livro de António Tabucchi Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa.  Um Delírio estará disponível na nossa biblioteca, na secção “Livro da Semana”.
            Este livro foi escrito em italiano e, por isso, foi traduzido para português por Maria da Piedade Ferreira, foi publicado pela Quetzal Editores (em Portugal) e é a 2.ª edição.
            A obra descreve os três últimos dias de Fernando Pessoa, desde a saída de casa para o hospital até à sua morte. Nesses dias, Fernando Pessoa é visitado pelos seus heterónimos, que falam sobre a sua “vida” e como afetaram a vida de Fernando Pessoa. Ao conversarem com Pessoa, revelam alguns segredos.
Por exemplo, Álvaro de Campos dá conta que acredita (talvez) no amor, mais exatamente, que as cartas de amor não são ridículas, tal como ele diz: “as cartas de amor talvez não sejam todas ridículas”, algo que me surpreendeu.
Outro segredo muito interessante é o de Ricardo Reis, que se pensava ter exilado no Brasil, após a implantação da Republica, sendo ele monárquico, quando afinal apenas foi para Vila Nogueira do Azeitão, a poucos quilómetros de Lisboa, onde viveu uma vida estóica. Significa isto, então, ele não era monárquico apenas gostava de ter um César, um grande imperador como Marco Aurélio, que apreciasse os seus versos. Posto isto concluo que talvez Reis não acreditasse que existisse alguém capaz de apreciar a sua obra.
Assim, uma das razões para ler este livro é descobrir todos os segredos dos heterónimos, pois há muitos mais além dos anteriormente referidos.

Quem terá sido o ultimo heterónimo a visitar e a descobrir as últimas palavras de Fernando Pessoa? Por último, esta obra alterará toda a nossa perceção dos heterónimos. Se isto não chega nada chegará para lerem este livro revelador.  


Ricardo Pereira, 12.º A
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janeiro 2015


Texto escrito no âmbito da disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM)




O menino do Pijama às Riscas

O filme retrata a época da segunda guerra mundial. Passa-se na Alemanha (Berlim) e depois passa-se perto de um campo de concentração.

Trata de um Oficial de alta patente Alemão que vivia em Berlim com os seus filhos e a sua mulher. Ao subir de cargo, teve de ir morar para o campo, no meio do mato, com a sua família.

O filho mais novo, Bruno, de 8 anos, tinha os amigos em Berlim, no início foi difícil para ele ir morar no meio do mato só com a família. Passados alguns dias ele viu pela janela do seu quarto uma “quinta” onde as pessoas estavam a trabalhar e disse à mãe que queria ir brincar para lá, pois pensava que havia lá crianças. A mãe não o deixou ir e resolveu trancar a janela.

Um dia, o Bruno decidiu ir conhecer a quinta, às escondidas. Quando chegou encontrou um menino da sua idade chamado Samuel que vivia na quinta. Este menino tornou-se o seu grande amigo.

Bruno não sabia que o Samuel era judeu e que a quinta era, afinal, um campo de concentração. Só o pai é que sabia toda a verdade.

O seu pai arranjou um professor para ele e para a irmã, mas o professor só lhes ensinava história sobre os judeus (dizia que os judeus eram maus). O Bruno não gostava do professor porque ele não lhe deixava ler livros de aventura para a sua idade.

Todos os dias Bruno visitava Samuel e levava-lhe comida. Um dia Samuel foi levado para trabalhar na casa de Bruno, este viu-o a limpar os copos e perguntou-lhe o que ele estava a fazer ali; o menino respondeu-lhe que vinha limpar os copos porque precisavam de uma pessoa que tivesse mãos pequenas. Bruno perguntou ao Samuel se o pai dele era bom e se tinha orgulho nele. O menino respondeu afirmativamente. Então, Bruno ofereceu-lhe bolos e quando ele estava a comer apareceu um soldado Alemão que o maltratou e lhe chamou ladrão. Com medo, Bruno disse que não conhecia o menino.

Durante alguns dias ele não apareceu e Bruno sentia-se triste, pensava que não iria encontra-lo mais.
A sua mãe não sabia que existia um campo de concentração de judeus escravizados e assassinados. Um dia ela saiu com o soldado do seu marido e quando chegaram a casa sentiu um cheiro horrível, perguntou ao soldado o que estava a cheirar, este respondeu-lhe “depois de mortos ainda cheiram pior”. Então, a mulher percebeu o que se passava ali e que a responsabilidade era do seu marido.

A partir daquele momento, o casal passou a discutir muito. Decidiram que era melhor a mulher e os filhos irem morar noutro lugar.    

O Bruno continuava a visitar Samuel, até que um dia lhe foi dizer que ia embora e Samuel disse-lhe que o seu pai tinha desaparecido.

            Como eram amigos, Bruno disse que antes de partir iria ajudá-lo a encontrar o pai. Cavou um buraco, passou para o campo, vestiu o pijama, pôs um goro para tapar o cabelo e correu com o amigo para procurar o pai.

            Nesse mesmo dia estava programada uma execução na câmara de gás, mas a maior parte dos judeus pensavam que iam tomar um duche.

            Entretanto, a família percebeu que Bruno tinha desaparecido. Saíram à procura dele e logo encontraram as suas roupas perto da rede do campo. O pai ainda tentou que parassem de lançar o gás mas já não foi a tempo.


            Como conclusão, a família perdeu o filho e talvez o pai estivesse arrependido de ter matado tantos inocentes.





Leocanio António Caetano Nº14 Turma: 11ºA
Disciplina: PLNM
Data: 23/01/15


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Junho 2014

Texto no âmbito do clube de leitura




Carlos e Nicole encontram-se nos meados da segunda Guerra Mundial, quando as tropas de Hitler estão prestes a invadir Paris. Um português e uma francesa. Um católico e uma judia. Mas isso não os impede de apaixonarem-se verdadeiramente. A mãe de Carlos está doente e este tem que voltar a Lisboa. No entanto, antes disso, Carlos pede a Nicole para ir a Bordéus ter com o cônsul português que a poderá ajudar a ir a Portugal, e assim eles estarão juntos. Nicole assim faz. Em Bordéus ela conhece Jacques e Françoise por quem sente um grande afeto.

 Quando chega a Lisboa, Nicole vem ter com o Carlos. Eles vivem juntos e Carlos mostra-lhe a cidade e a cultura pela qual Nicole se apaixona. Nicole pede a Carlos para o Jacques e a Françoise também virem para Lisboa. Carlos faz tudo pela Nicole. Mas o pai de Carlos não gosta da Nicole, por isso, na ausência de Carlos vem ter com ela e pede-lhe para deixar Carlos, pois este já tem uma noiva. Nicole concorda e vai-se embora para Londres com Jacques e Françoise onde tenta começar uma nova vida e ajudar os soldados trabalhando como enfermeira no hospital. Mas um dia o hospital é bombardeado e Carlos pensa que Nicole morreu, mas ela sobrevive. Quando Carlos descobre vai ter com ela. Por fim, a guerra acaba e Carlos e Nicole acabam por se casar e adotar uma criança, Suzie, por quem sentem um grande afeto.


Breve resumo sobre Por ti, resistirei de Júlio Magalhães
       Anna Ryasyk, aluna do 11.º ano, leitora do clube de Leitura

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Março 2014

Textos vencedores do concurso literário "Nas Esferas da Poesia"




Amigos originais

A amizade é um grande sentimento
no coração e no pensamento.
Eu não sou ciumento
Porque tenho amigos neste momento.

A amizade não é solidão,
mas sim ternura.
Não é confusão,
mas sim uma grande aventura.

Com os amigos podemos brincar,
pois neles temos de confiar.
Existe muito carinho
como uma mãe tem pelo seu filhinho.

Ao pé dos amigos sentimos calor,
pois não falta amor.
Não se deixem levar pela aparência,
isso é só transparência.

Os amigos fazem-me feliz,
assim a amizade não tem fim.
Não somos iguais,
mas sim somos originais.


Daniel Aljustrel, nº9, 7º A 

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Amizade

A amizade é algo
que a todos enlouquece,
de certa forma bondosa
e que todos aquece
um sentimento tão bom
que dificilmente desaparece.

Nesta vida que é tão curta
um amigo devemos procurar,
ou então corremos o risco
de a felicidade nunca encontrar.

Como uma flor,
a amizade deve germinar
em diferentes corações,
que a vão libertar.

Uma amizade deve ser cuidada,
mas igualmente bem guardada.
Numa pessoa devemos confiar
e sabe-la apoiar,
para um dia quando precisar
com um sorriso poder contar.


Rafael Beja Cruz, nº25, 8ºA

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Ela

A amizade é um sentimento
de companheirismo, confiança e respeito
por isso aqueles que ficam
São só os amigos do peito.

Se ela for grande
nada nos separará,
pois, mesmo que o mundo acabe
a amizade prevalecerá.

Se ela for pequena,
vamos faze-la crescer
para nenhum dia
a amizade morrer.

A amizade
faz chorar, rir e cantar,
mas no final
é o sentimento
mais forte da humanidade.


Pedro Moutinho, nº 20, 9ºB

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Texto no âmbito do clube de leitura





Um dos episódios mais emblemáticos da obra de Victor Hugo conta-nos como Jean Valjean, recém-libertado após dezanove anos de trabalhos forçados, rouba um conjunto de talheres em prata ao Bispo de Digne, que lhe havia dado abrigo e comida. Ao ser apanhado pelos guardas e trazido à presença do Bispo, este último reage da seguinte forma: “-Ah! Então voltou! (…) Estimo muito em vê-lo. Mas agora me lembra: eu também lhe tinha dado os castiçais, que são de prata, como o resto, e com que pode obter bem à vontade duzentos francos. Porque não os levou juntamente com os talheres?” (p. 106).

Ao longo da primeira parte da obra, a caraterização de Monsenhor Bienvenue, Bispo de Digne, revela-nos uma personagem de traços profundamente humanos e generosos, que dedica a sua vida ao auxílio ao próximo, rejeitando valores materiais e conforto. A sua bondade é extrema e universal. Além disso, é ainda uma figura que transmite uma ideia de harmonia, de pacificação e de alegria perante a vida. Assim, quando chegamos ao episódio acima referido, a atitude da personagem não surpreende, em termos da coerência narrativa, mas a sua grandiosidade e inteligência não deixam de impressionar.

Este é um momento fundamental em «Os Miseráveis», pois marca o início da regeneração moral de Jean Valjean, uma das personagens principais da extensa obra de Hugo. Porém, esse não foi um processo simples ou automático, já que Jean Valjean terminou o cumprimento da sua pena com pensamentos de vingança em relação à sociedade em geral, que ele via como injusta e cruel. Assim, confrontado com a atitude do Bispo, a sua primeira reação é de incompreensão. Aparentemente, nenhuma mudança se operou nele nesse momento, já que ao abandonar a casa de Monsenhor Bienvenue, ao invés de decidir tornar-se “um homem de bem”, como o Bispo lhe havia exigido, ainda rouba a uma criança uma moeda de quarenta soldos, fruto do seu dia de trabalho.

Quando, por fim, toma consciência da monstruosidade do seu ato, já não lhe é possível repará-lo. É na sequência deste episódio que Jean Valjean assimila o significado do perdão do Bispo, e o “Livro Segundo” termina com uma descrição das suas reflexões. É uma terrível crise de consciência, narrada com grande intensidade, na qual se confrontam o bem e o mal, o perdão e a vingança, a desistência e a determinação, o sofrimento e a coragem. Dessa profunda meditação nasce o novo Jean Valjean, que considero uma personagem fascinante.

Na minha opinião, estes dois episódios são magistrais, não só pela densidade psicológica que neles transparece, mas também, e sobretudo, pelo seu conteúdo humanista, universal e intemporal.


 Texto de opinião sobre 
Os Miseráveis – Volume Um - Fantine  
            Profª.  Luísa  Feneja,  leitora do clube de Leitura

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Dezembro 2013



       Gostámos muito da atividade com a escritora/estudiosa Golgona.

Foi interessante conhecê-la, uma jovem tão inteligente, estudiosa e simpática.

Admirámos a forma como ela cativou o público, com sabedoria, simplicidade e também energia e sentido de humor.

Para além de ficarmos a conhecer a escritora e os livros que esta já publicou (destacamos o momento em que leu um poema da sua autoria), ficámos a conhecer melhor o poeta Al Berto, o Patrono da nossa Escola.

Também adorámos a forma como a irmã falou do poeta, dando-nos pormenores sobre a sua vida e personalidade.

Foi bom estar naquela sala, aprender coisas novas, conhecer pessoas diferentes e interessantes.

Aprendemos o valor e a paixão que um autor sente pela poesia. Ser escritor é uma tarefa difícil, mas vale a pena.

Esperamos que este tipo de atividades se mantenham na nossa Escola.

Tivemos pena que os alunos não tivessem feito mais perguntas à escritora, mesmo nós, por alguma timidez, fizemos poucas.


Os alunos de PLNM e a Prof.ª Noélia Carrasquinho



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Texto escrito por uma aluna do 8º ano


Sines, 07 Novembro 2013

Olá pai como estás?

…olha, eu não muito bem…
Estou preocupada com muitas coisas, com a escola, com a mãe, contigo, etc…
Não percebo porque me estás a fazer isto…não te fiz nada de mal e tu estás-me a fazer sofrer muito.
Consigo passar o dia a sorrir e a fazer-me de forte mas chega à noite e já não consigo mais…
Fizeste-me muitas coisas más no passado, mas já te perdoei por tudo, só te peço uma coisa, para não me fazeres o mesmo e pelos vistos estás a começar a fazer…
Eu devia estar “chateada” contigo, mas não estou porque sei que és meu pai, mas tu talvez já te esqueceste que tens uma filha…
Só quero que saibas que eu já não sou aquela menina pequenina que acreditava em todas as mentiras que lhe contavam, eu cresci e já não me conseguem esconder nada.
Eu estou magoada e triste como já percebeste e tu não estás a ajudar…mas, enfim, eu adoro-te e espero que tu sintas o mesmo por mim.
Não te esqueças que eu existo.

Beijinhos da tua filha
A.A.

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