17 de março de 2021

Semana da Leitura - Um Livro, Uma Comunidade - Tertúlia Literária



No dia 10 de março, realizou-se mais uma tertúlia literária, a terceira deste ano letivo. Foram realizadas duas sessões, uma de manhã e outra de tarde, a fim de permitir que alunos e professores conciliassem os seus horários visto que, este ano, o 3.º ciclo tem aulas de manhã e o secundário, de tarde.
Nestas sessões em linha, via Google Meet,  tivemos  conversas animadas com a apresentação de vários livros.  Porém, o facto de estarmos divididos retira um pouco o encanto da partilha. 
Mais uma vez cada "tertuliante" apresentou a sua leitura e foi surpreendente a diversidade de títulos e de autores apresentados. Três das leituras partilhadas não integraram a temática definida porque não tiveram tempo, uma vez que foram informados tardiamente. Tratam-se de novos "tertuliantes".
Mas como os objetivos principais são ler e partilhar leituras, fizeram-no de bom grado e ficou o registo. 
Assim, estiveram presentes  10 docentes, 1 funcionária,  1 técnica especializada e 4 alunos, 
Fica o registo fotográfico das presenças e uma imagem com as capas dos livros lidos e apresentados e ainda uma opinião sobre o livro, Em Todos os Sentidos, de Lídia Jorge

As  leituras para a tertúlia de maio serão de autores africanos de expressão portuguesa para, assim,  assinalarmos o Dia de África que se comemora no dia 25. 









Opinião

Em Todos os Sentidos, de Lídia Jorge


São 41 os textos classificados na introdução pela autora como crónicas “Como não podemos vencer o tempo, escrevemos textos que o desafiam a que chamamos crónicas.” (p. 11). Porém, no texto 24, “O Signo da Brevidade”, a autora também escreve “dizem-me que estas crónicas não são verdadeiras crónicas porque têm contos na sua origem. Aceito essa declaração de impureza. Infiel seria eu se assim não fosse. Pois, na verdade, escrevo contos desde que aprendi a redigir,… Porque um conto é um raciocínio colorido,” (p.149).

Ora é justamente esta mescla de crónica, de conto, de testemunho, de memórias que tornam estes textos interessantes e singulares. Neles, a autora apresenta-nos o seu olhar atento e lúcido sobre a atualidade, reflexões críticas deste mundo ora cruel, ora solidário, ora selvagem… mas também de um mundo belo, de amizade, de aceitação do outro,… estes textos revelam uma enorme serenidade, sabedoria e lucidez.

Todos partem de uma história, de uma memória, de um facto concreto, mas que em crescendo se vão desenvolvendo até ao propósito final que por vezes é apenas sugerido. O que me leva a concordar com a afirmação “ Existe um oximoro na arte, ela atinge-nos em pleno peito quando sugere, e não mostra.” (p. 211)

Recomendo vivamente.

Graciosa Reis

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