29 de outubro de 2020

Sugestão de leitura (MIBE)

 




Gosto muito dos livros de Agatha Christie, mas confesso que este me desiludiu um pouco, primeiro porque o título induziu-me em erro, parti do princípio que a trama se desenvolveria numa biblioteca, ora, tal não acontece. Não posso afirmar que é um título enganador, porque não o é. O enredo, efetivamente, inicia aí com a descoberta de um corpo. Nada mais, tanto podia estar ali como noutra divisão qualquer. Segundo, porque a investigação é conduzida por inspetores locais. Miss Marple que é, no entanto, convidada a fazer a sua própria investigação é relegada para segundo plano, aparecendo esporadicamente. Este facto, anula um pouco, na minha opinião, o suspense e o desenvolvimento do seu raciocínio aos quais já nos habituou. Porém, é ela que desvenda o caso, facto que irrita os inspetores que mais uma vez concluem que “a velhinha com uma expressão doce de solteirona plácida e uma mente que vasculhou as profundezas da iniquidade humana e trata do assunto como se não fosse nada especial (…) que concerne a crimes, é o que há de melhor." 

Mas, considero que a mestria da autora no desenvolvimento do “enredo intrincado” continua bem presente. Ela é genial a apresentar pistas, a revelar factos muito plausíveis de incriminar cada uma das personagens. Como se previa, e não podia deixar de ser, é Miss Marple que, de forma surpreendente, revela o autor do crime. Brilhante! Tudo encaixa! Ela é mesmo a melhor!

Graciosa Reis

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