9 de novembro de 2013

Possíveis leituras para preparação da sessão "Olhares sobre Al Berto" com a escritora Golgona Anghel


Estas são as obras publicadas pela nossa convidada. A sessão vai acontecer no dia 20 de novembro, pelas 11 horas.



- Eis‐me acordado muito tempo depois de mim, uma biografia de Al Berto (Quasi Edições, 2006) 




"Eis-me acordado muito tempo depois de mim, de Golgona Anghel, é um livro/biografia que captura a poética e o esplendor da vida/escrita de Al Berto, registos desenvolvidos com vivacidade. São retratos, leituras irónicas honestas, informativas e obtusas, fragmentos do real e do mundo ficcional, retratos para serem apreciados ou devorados feito a escritura do biografado. A biógrafa soube, delicadamente, mapear as várias vidas numa só de Alberto Raposo Pidwell Tavares." (Rodrigo da Costa Araújo)


Cronos decide morrer, Leituras do tempo em Al Berto (Língua Morta, 2013). 


"INSTANTE OU PROCESSO, passagem ou passamento, experiência em negativo do ser, impossibilidade, excepçãp ou hábito, a angústia perante o desconhecido ou a culpa do sobrevivente, temporária ou eterna, grito ou apenas um rumor de fundo, são algumas das caras rotineiras que a cabeça da morte vai ensaiando. Mas de que modo isso se dá na obra de Al Berto?" (Golgona Anghel)


- Edição  dos Diários do poeta Al Berto (Assírio &Alvim, 2012). 

"Editamos textos que não foram preparados para a edição pelo autor. Vamos mostrar o registo diário de algo que servia para um uso pessoal e íntimo. Estamos perante um corpus que se expõe a si mesmo, que se dá no ritmo efervescente da criação mas também na sua fragilidade, na dúvida, no inacabado." (Golgona Anghel)

-  Crematório Sentimental - Guia de Bem-Querer (Quasi Edições, 2007)




"O presente Guia de Bem-Querer deve ser entendido como um instrumento de trabalho elaborado com o objectivo de pemitir às partes apresentar os seus articulados e alegações orais na observância das formalidades que o Código do Trabalho Poético considera mais adequadas. Ao mesmo tempo será dado destaque à prática processual seguida pelo Poeta. Em contrapartida, este Guia não se destina a dar instruções estilísticas nem a substituir o corpo das disposições em vigor. (...) o Guia não garante sucesso absoluto nem se responsabiliza pelas eventuais relações contenciosas a decorrer da aplicação do mesmo."





-  Vim porque me pagavam, (Mariposa Azual, 2011)






VIM PORQUE ME PAGAVAM,
e eu queria comprar o futuro a prestações.

Vim porque me falaram de apanhar cerejas
ou de armas de destruição em massa.
Mas só encontrei cucos e mexericos de feira,
metralhadoras de plástico, coelhinhos de Páscoa e pulseiras
de lata.

(...)


-  Como uma flor de plástico na montra de um talho (Assírio &Alvim,2013)




ENCONTRADO NUM CONTENTOR DE RUA,
sem cavalo e sem reino,
o músico,
quase cego, quase surdo,
começa o seu turno,
ainda perseguido pela última garrafa de tinto.


(...)

___________________________


Golgona Anghel nasceu na Roménia, em 1979, mas vive há anos em Portugal, onde estabeleceu residência. Licenciou‐se (2003) em Estudos Portugueses e Espanhóis na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é pós-graduada em Estudos Europeus - Direito Comunitário (2004), vertente jurídica, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e doutorada (2009) em Literatura Portuguesa Contemporânea , na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. 
O tema da sua tese foi A Metafísica do Medo - Leituras da Obra de Al Berto.




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